MINHA MÃE JOSEFA CECÍLIA GOMES
“Minha mãe, meu exemplo de vida”.
Minha mãe era analfabeta e com 50 anos aprendeu a ler através do MOBRAL.
Saiu do sítio, veio para a cidade onde começou a trabalhar como costureira, fazia roupas masculinas para vender na feira livre e impressionantemente costura para grandes alfaiates.
Os grandes alfaiates da época eram o Sr. ABERTINO (o melhor), Sr. OTÁVIO e SOTERO.
Eu carregava as roupas e minha mãe costurava. Certa vez, quase fiquei cego por conta do ferro do cabide.
No quintal de nossa casa tinha 6 metros quadrados, criávamos porcos, ao vendê-los o dinheiro minha mãe comprava livros para eu e os irmãos estudar. Os porcos eram meu minhaeiro, eu recolhia as lavagens.
MEU TIO EUCLIDES NERY DE OLIVEIRA
Foi membro mais próximo da minha família, da minha formação, muito presente, nos momentos mais difíceis da minha família.
Principalmente por ele ser o irmão mais novo, tinha minha mãe como mãe dele. Minha mãe era a irmã mais velha dele. Meu tio sempre dizia: “O que faltar me procure”.
OZIAS VALENTIM NA UNIVERSIDADE
Ao concluir o ensino médio, eu tentei por 2 vezes o vestibular para engenharia mecânica sem sucesso. Aí resolvi parar os estudos.
Após 5 anos retomei os estudos, fiz parte da 1° turma do CONTATO na PRACINHA DO DIÁRIO, lá estudei 6 meses.
Tentei mais uma vez e passei no vestibular em Direito na cidade de CARUARU, por incentivo do meu cunhado Salatiel, ele passou um ano antes e dizia para mim: “Você consegue”.
“Meu tio gostaria de ter alguém com Direito, pena que morreu quando eu estava estudando”.
“Tomei esse desejo dele para mim”.
Ao concluir o curso fui ser gerente numa concessionária de veículos. Trabalhei para empresas sem advogar profissionalmente.
FILANTROPIA
No dia a dia fui atraído pela gentileza de minha mãe, fazia advocacia sem cobrar nada, puro assistencialismo.
Esse trabalho filantrópico durou da minha formatura em 1985 até o ano de 1988.
TEXTO DE JOHNNY RETAMERO ORIUNDO DA NARRAÇÃO DO ENTREVISTADO
FOTO DE ORLANDO LEITE
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