Da Assessoria de Comunicação do Cremepe
O alerta é do médico e professor Cláudio Lacerda, coordenador do Programa de Transplante de Fígado do Huoc, que recebeu do Ministério da Saúde o Prêmio Destaque 2011 em doação de órgão
Em transplante de fígado, Pernambuco figura em dois extremos de uma mesma realidade: possui um dos três programas mais bem sucedidos do País, mas tem uma captação pequena de órgãos em seus hospitais. Melhorar a captação é o grande desafio para o Estado se consolidar como referência em transplante do órgão no Brasil. A opinião é do médico e professor Cláudio Lacerda, que comanda o bem-sucedido Programa de Transplante de Fígado do Hospital Universitário Osvaldo Cruz (Huoc), numa parceria com o Hospital Jayme da Fonte, que se tornou referência nacional em transplantes.
"Sessenta por cento dos fígados que transplantamos vem de outros Estados", revela ele. "Só não recebemos fígado de Estados do Sul e do Sudeste, mas já recebemos órgãos até do Mato Grosso e do Pará", acrescenta. Ao programa de transplante do Huoc, que realiza uma média de 10 cirurgias por mês, chegam pacientes de todos os Estados do Nordeste e até do Norte.
Segundo Lacerda, dois entraves precisam ser superados para melhorar a captação de órgãos: a capacitação de profissionais e das unidades hospitalares para diagnóstico seguro de morte encefálica e o elevado índice de negação de familiares para doação. "O índice de negação é superior a 50%. Falta um compromisso do gesto da doação", avalia. Para mudar esse segundo obstáculo, alerta ele, só com campanhas de conscientização.
Cláudio Lacerda fala com experiência de quem comanda uma equipe que ultrapassou os 520 transplantes de fígado, marca atingida em novembro. Em razão desse trabalho, o médico recebeu do Ministério da Saúde, em outubro, o prêmio Destaque do Ano em Promoção de Doação de Órgão e Tecido. Foi o único profissional homenageado em 2011. A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (RS) recebeu a mesma premiação na categoria entidade.
"É um prêmio não a Cláudio Lacerda, mas a uma equipe", diz, em referência aos 20 profissionais, entre médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde integrantes do programa de transplante do Huoc.
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