Da Agência Estado
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| imagem: mundodastribos.com |
A Justiça em Ponta Grossa, a 120 quilômetros de Curitiba,
condenou os pais de duas adolescentes ao pagamento de R$ 15 mil como
indenização por danos morais, em razão de as meninas terem se apossado da senha
do Orkut de uma colega e colocarem fotos e mensagens depreciativas.
O fato
aconteceu em 2010 em um colégio particular da cidade. O processo corre em
segredo de Justiça e, tão logo seja dado conhecimento da sentença, as partes
derrotadas podem recorrer ao Tribunal de Justiça.
De acordo com o advogado Carlos Eduardo Martins Biazetto, que defende a família
da menina ofendida, na época elas tinham de 12 para 13 anos. Além da própria
menina, seu irmão, na época com oito anos, também foi incluído na ação, por
igualmente ter sido alvo de chacotas na escola. "Com a mudança de senha,
elas dominaram a página e escreveram 'abobrinhas' impronunciáveis",
afirmou Biazetto. "Eram palavras de baixíssimo calão, pornografia pura".
Segundo ele, a adolescente não tinha costume de entrar frequentemente na rede
social e nem se importou quando tentou acessar o Orkut algumas vezes, mas não
conseguiu em função da alteração de senha. Nesse período, começou a haver
comentários ridicularizando a menina, que passou a ficar muito nervosa e não
queria mais ir à escola. Cerca de um mês depois das postagens, uma professora
percebeu as mensagens e fotos estranhas quando foi mandar um aviso pela
internet. Foi ela quem alertou os pais, que colocaram a polícia para
investigar.
No entanto, a identidade das colegas que tinham violado a página virtual da
adolescente somente foi revelada porque elas teriam comentado entre si, mas a
conversa foi ouvida por uma terceira que contou à professora. Levadas à
direção, elas acabaram confessando. De acordo com o advogado, os pais foram
chamados, mas relevaram a questão, alegando que era "coisa de
criança". "Mas as ofensas eram graves", destacou Biazetto.
"A menina ficou extremamente constrangida, teve de mudar de escola e faz
tratamento psicológico até agora."
Para ele, a sentença judicial deve servir também como alerta aos pais.
"Que eles não se eximam disso, que acompanhem os filhos nas redes
sociais", disse. Segundo o advogado, nesse caso os pais da adolescente são
pessoas serenas e procuraram a via judicial, ao invés de partir para a
agressão. A sentença estipulou R$ 10 mil para a menina e R$ 5 mil para seu
irmão. "Mas valor nenhum paga o que sofreram, e a gente ainda não sabe as
consequências futuras", acentuou Biazetto.

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