Da
Folha.com
Apesar
de ter eficácia semelhante, um comprimido contra impotência sexual pode custar
quase quatro vezes o preço de um concorrente, conclui boletim divulgado pela
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
A
maior diferença encontrada ocorreu entre um dos genéricos do Viagra (R$ 11,05 o
comprimido) e o medicamento de referência Cialis, feito com outro princípio
ativo (R$ 41,47).
O
Viagra chega a ser 56% mais caro que seu genérico mais barato --listou-se como
exemplos três marcas de genérico, mas há nove empresas que vendem a cópia.
Todas
as substâncias analisadas são da classe dos inibidores de fosfodiesterase tipo
5, tratamento-padrão contra impotência.
"Não
existem evidências que comprovem superioridade entre os inibidores da
fosfodiesterase no tratamento da disfunção erétil", afirma o boletim da
Anvisa.
Os
preços vêm caindo desde que a patente do Viagra venceu, em 2010, diz Pedro
Bernardo, chefe do núcleo de assessoramento econômico em regulação da agência.
Ele estima que 80% do mercado seja dominado por genéricos e similares.
"Em
outros mercados, quando o produto é semelhante, a tendência é de os preços se
aproximarem. No caso de medicamentos, a diferença se explica pela dificuldade
de o consumidor fazer comparação."
DIFERENÇAS
Aguinaldo
Nardi, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, lembra que o tratamento
deve ser individualizado, independentemente do custo. "Os efeitos
colaterais são individuais. A tadalafila costuma dar mais dor muscular, mas é
preferida pelos pacientes mais ansiosos, que não querem ficar reféns do tempo
limitado de ação das outras drogas."
Segundo
o urologista Alberto Azoubel Antunes, do Hospital das Clínicas de São Paulo, há
diferença de tolerância dos pacientes em relação às drogas. "Alguns se
queixam de mais efeitos colaterais, como cefaleia ou congestão nasal, com uma do
que com a outra. Temos que ajustar para ver com qual delas a adaptação é
melhor."
O
tempo de atuação de cada remédio é um fator que pesa na escolha. "O
paciente, em geral, prefere os que têm uma duração mais prolongada. Às vezes,
confunde isso com um efeito mais duradouro da ereção, o que não é
verdade", diz Antunes.
Os
médicos afirmam que o uso recreacional desses medicamentos aumentou com o
barateamento dos preços. "Muitos adolescentes compram os remédios sem
receita. Eles criam dependência psicológica", diz Nardi.

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