quarta-feira, 2 de maio de 2012

Produtores reivindicam regras para evitar desmonte da usina


Usina Catende, pintura à óleo. Quadro de propriedade da Usina.

A fim de evitar cenário socioeconômico negativo nas cidades da Mata Sul, próximas à usina Catende que irá a leilão no final do mês, conforme ocorreu em Barreiros através do leilão e posterior desmonte da usina que levava o nome da cidade, a Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP) reivindica a obrigatoriedade de funcionamento da Usina Catende por um período mínimo de 20 anos após o leilão. 

Para alcançar êxito na ação, a entidade pretende formalizar a proposta numa reunião solicitada para este semana, com o juiz Luiz Beltrão, que é responsável pela composição das regras do leilão da usina.

A AFCP tenta articular o encontro em conjunto com o Sindicato dos Cultivadores de Cana do Estado (Sindicape) e o deputado estadual Aluísio Lessa (PSB). O deputado é o presidente da Comissão Parlamentar Especial da Usina Catende, criada pela Assembleia Legislativa justamente para acompanhar os encaminhamentos do leilão que está marcado para ser realizado no dia 30. “Ainda não tivermos confirmação da agenda com o juiz, mas aguardamos positivamente pelo pleito”, diz o presidente da associação dos fornecedores, Alexandre Andrade Lima. 



O dirigente comenta que além da questão histórica, a usina Catende é muito importante na sustentabilidade econômica da população local, que é baseada no comércio da cana de açúcar.

“As melhores terras para o cultivo de cana de açúcar em Pernambuco, localizadas no município de Barreiros, local onde funcionou a usina que levava o nome do município, estão mal aproveitadas atualmente”, conta Andrade Lima. Ele associa o cenário negativo ao leilão da usina Barreiros, que desde então, comprometeu a produção na área. O dirigente revela inclusive que os equipamentos do parque industrial passaram a funcionar noutros estados do país. “As moendas, por exemplo, estão funcionando em Goiás”, diz, informando que é preciso prevenir sempre para não remediar depois, e, portanto, é preciso criar mecanismos para que Catende não se torne uma nova Barreiros.

Além de desejar estabelecer critérios visando manter o funcionamento da usina Catende depois do leilão, os produtores de cana também demonstram interesse em arrematar a unidade. Estudam formas de criar uma cooperativa para conseguir o feito. Na semana passada, a Comissão de Cana de Açúcar, da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), que é coordenada pelo presidente do Sindicape, Gerson Carneiro Leão, promoveu um evento com fornecedores de cana neste intuito.

Produtores pernambucanos e de outros estados visitaram a Cooperativa Pindorama no estado de Alagoas. A cooperativa mantém atualmente 1,8 mil empregos no campo e 300 na indústria. “Estamos à procura de modelos de cooperativa de produtores que melhor se ajuste a nossa necessidade” diz Lima. Além do presidente da AFCP, o deputado estadual Aluísio Lessa (PSB-PE) e Paulo Leal, que é presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil, além de diversos atores ligados ao setor também participaram da visita.

Assessoria de Imprensa da AFCP

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