Vítima foi morta na madrugada de domingo.
(Foto: Luciano da
Matta/Agência A Tarde/AE)
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Dois irmãos gêmeos pernambucanos
foram confundidos com homossexuais e espancados por um grupo de oito homens no
município de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador.
José Leonardo da
Silva, 22 anos, morreu no local. José Leandro da Silva teve o maxilar quebrado
em três lugares e o olho esquerdo quase perfurado. Os acusados foram presos,
mas negam que o crime tenha sido motivado por homofobia.
Eles voltavam abraçados de uma
festa promovida pela prefeitura local na madrugada de domingo (24). De acordo
com a Polícia Civil, os suspeitos estavam em um micro-ônibus e, ao avistar
Leonardo e Leandro juntos, saltaram do coletivo ainda perto do Espaço Camaçari,
onde os shows foram realizados.
Os agressores atacaram os irmãos
com facadas e pedradas. Segundo informações da polícia, após a abordagem,
Leonardo chegou a reagir e conseguiu tomar a faca de um dos homens, mas foi
atingido na cabeça por um paralelepípedo. Ainda recebeu outras pedradas,
enquanto Leandro era castigado com socos e pontapés. Depois das agressões, os
criminosos fugiram.
Mesmo ferido, Leandro conseguiu
telefonar para a Polícia Militar, antes de ser levado para o Hospital Geral.
Ele foi medicado e já recebeu alta médica, mas precisará ser submetido a uma
cirurgia corretiva.
Sete pessoas foram presas logo
após o crime e acabaram reconhecidas por Leandro. Três suspeitos – Douglas dos
Santos Estrela, 19; Adriano Santos Lopes da Silva, 21; e Adan Jorge Araújo
Benevides, 22 – foram autuados em flagrante por homicídio qualificado (motivo
fútil) e formação de quadrilha.
A família das vítimas vive na
cidade de Ibimirim, Sertão de Pernambuco, a 313 quilômetros do Recife. Leonardo
foi sepultado na última terça-feira (26) no cemitério do município. Uma
multidão indignada com o crime acompanhou o enterro.
“Fui para o enterro e tinha muita
gente. Parou a cidade. Está todo mundo revoltado. É difícil até mesmo para a
gente aceitar, imagina para os parentes. O mundo está muito violento. Mata-se
por nada”, desabafou a dona de casa Adalva Maria da Silva, 58, amiga da
família, em entrevista por telefone. A namorada de Leonardo está grávida de
três meses.
O Grupo Gay da Bahia (GGB), a
mais antiga entidade de defesa dos direitos homossexuais no Brasil, e o Fórum
Baiano LGBT condenaram o episódio violento.
NE10
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