Foto: Arquivo do JC |
Há uma década o "mui amado
Tio Chico", como gostavam de chamá-lo amigos mais próximos, retornava à
pátria espiritual a qual ajudou a desvendar por meio de mensagens orais e
escritas, ditadas pelos espíritos. Em contato com o mundo invisível desde
criança, faculdade denominada pela doutrina espírita de mediunidade, Chico
Xavier psicografou mais de 400 livros, entre romances, poesias, livros de
mensagens e de estudo, mesmo tendo concluído apenas o ensino primário.
Além dos livros publicados, Chico
ganhou fama depois das participações no programa de televisão Pinga Fogo,
veiculado pela extinta TV Tupi Canal 4 de São Paulo, nos dias 28 de julho e 21
de dezembro de 1971. O primeiro programa, com previsão inicial para durar uma
hora, acabou por se estender por mais de três horas, enquanto a segunda edição
durou quatro horas.
Ao vivo e com retransmissão em rede nacional - fato pouco comum para as emissoras de TV da época -, o médium foi sabatinado por jornalistas conceituados como Saulo Gomes, Herculano Pires e Durval Monteiro, além do intelectual católico João Scantimburgo e do cientista espiritista Hernani Guimarães Andrade. Foi um inegável sucesso de audiência, com 75% dos televisores da cidade de São Paulo sintonizados no programa.
Apesar de toda notoriedade, o
mineiro era exemplo de humildade. Todo o dinheiro da venda dos livros foi
destinado a obras assistenciais, primeiro em Pedro Leopoldo (MG), onde nasceu,
depois em Uberaba (MG), onde passou a viver no final da década de 50. Mais do
que livros e programas de TV para divulgar o espiritismo, Chico deixou um
legado de consolação, amor e caridade.
A obra de Chico Xavier - escrita
e exemplificada - continua, mesmo após seu desencarne (como os espíritas chamam
a morte), a orientar e acalentar o coração de milhares de pessoas. O médium
faleceu em Uberaba, aos 92 anos, vítima de um ataque cardíaco.
Isabelle Figueirôa
Do NE10
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