Os hospitais públicos e
particulares do Recife registraram um aumento surpreendente no número de
cesarianas realizadas entre os anos de 2005 e 2010. A denúncia é de organizações
que defendem a humanização do parto a partir de um levantamento feito junto à
Secretaria Estadual de Saúde.
Os casos mais gritantes são registrados nas maternidades privadas, onde o índice de cesáreas chegou a 97% do total de partos em 2010. O número ultrapassa muito o percentual estipulado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que admite um índice de 15%.
Os casos mais gritantes são registrados nas maternidades privadas, onde o índice de cesáreas chegou a 97% do total de partos em 2010. O número ultrapassa muito o percentual estipulado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que admite um índice de 15%.
As organizações que defendem o
parto humanizado afirmam que a cesariana somente deveria ser admitida em
situações particulares, como o bebê estar atravessado na barriga, sinais de
sofrimento fetal e hemorragias no final da gestação. Fora desse contexto, a
cirurgia pode representar um risco de morte materna até sete vezes maior que o
registrado no parto normal, dizem os especialistas.
Segundo a denúncia, nos hospitais
estaduais do Recife, a média de procedimentos cesáreos alcançou 41,7%. Nas unidades da rede municipal da capital, a
média foi de 33%, e na rede privada recifense, 95%. Os dados são alarmantes
também em outros municípios. Maternidades de referência do SUS de Vitória de
Santo Antão, Olinda e Jaboatão dos Guararapes, por exemplo, possuem taxas de
procedimentos cesários de 81%, 33% e 43%, aponta o documento.
Com base nesse cenário, as
entidades vão preparar um dossiê com denúncias de mulheres que sofreram
violência no processo do parto. A cesariana sem indicação médica também pode
ser considerada violência contra a gestante, além de palavras humilhantes e
negação de atendimento. As histórias devem ser enviadas para o e mail boahora@institutonomades.org.br.
até final do mês. Todos os casos serão documentadas e entregues no Ministério
Público Estadual para apuração.
Diario de Pernambuco
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