Com a notícia de que as lousas
digitais já estão sendo instaladas em três escolas da rede estadual, surge na
memória, de alunos e professores a lembrança dos 156 mil tablets que deveriam
ter chegado em abril nas salas de aula. A inovação, anunciada em fevereiro
deste ano, ainda é uma promessa não cumprida. Hoje, o quantitativo de
equipamentos entregues não passa dos 10%, do total de 70% esperados para até o
fim do mês.
A ferramenta será utilizada
primeiramente por alunos do terceiro ano do ensino médio. Os do segundo ano
devem ser os próximos contemplados. Em coletiva realizada na sede da Secretaria
Estadual de Educação (SEE), o secretário Anderson Gomes previu que, até julho,
todos os alunos estariam usando os aparelhos nas escolas, mas, até o momento,
ainda não se vê nenhum dos eletrônicos nas mãos dos estudantes.
Este é o segundo capitulo de uma
novela que teve início em janeiro. É que, no início do ano, o Tribunal de
Contas do Estado (TCE) anulou o pregão eletrônico da secretaria devido a uma
reclamação que a empresa Digibrás realizou alegando que o seu produto atendia
aos requisitos da licitação e era mais barato. O TCE acatou as razões expostas
pelo grupo, e a empresa, antes excluída do processo licitatório por não
apresentar o valor unitário de seus itens, voltou à disputa e acabou ganhando o
direito de realizar a distribuição dos tablets.
Foi aí que começou o segundo
capítulo. Quando questionada sobre o atraso na entrega dos equipamentos, a
companhia do grupo CCE informou, por meio de nota, que a entrega dos tablets
negociados com o órgão, para suprir a demanda das escolas públicas locais, vem
sendo feita gradativamente para o governo do Estado de Pernambuco, dentro dos
prazos acordados.
Em contraponto, a SEE afirmou que
já enviou à empresa notificações sobre os frequentes atrasos. O gerente geral
de TI do órgão, João Carlos Duarte, explica que outra licitação será aberta em
julho. “O volume de entrega foi mínimo. Caso a gente perceba que a situação dos
atrasos não vai mudar, podemos abrir uma nova licitação com outra empresa.
Estamos esperando acabar este mês para tomarmos uma decisão”, explica.
Ainda de acordo com o gerente, se
a Digibrás corrigir o calendário de entregas, uma nova proposta será aberta
demandando o restante dos equipamentos que vão atender aos alunos do segundo
ano. “Estamos analisando a possibilidade de aumentar este quantitativo para
atender aos estudantes que faltam. Tudo depende do comprometimento da empresa
com as datas pré-estabelecidas”, finaliza.
Folha de Pernambuco
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