Um dos mais importantes
acontecimentos da história política brasileira ocorridos no Governo Provisório
de Getúlio Vargas foi a Revolução Constitucionalista de 1932, desencadeada em
São Paulo. Foram três meses de combate, que colocaram frente a frente nos campos
de batalha forças rebeldes e forças legalistas.
Quando Getúlio Vargas subiu ao
poder, após o golpe de 1930, não respeitou a autonomia de São Paulo, nomeando
um Interventor de fora, não conservando seu Presidente (nessa época os
governadores eram denominados Presidentes).
Isso desgostou os paulistas,
sobretudo os dirigentes do Partido Republicano Paulista (PRP), que não se
conformavam com o fato de São Paulo estar sendo comandada por um
"estranho".
No dia 25 de janeiro de 1932,
aniversário da cidade, houve um imenso comício na Praça da Sé, colorido com
bandeiras do município. Partidos políticos que eram rivais estavam unidos.
O descontentamento foi aumentando
e o povo se revoltou.
Em 22 e 23 de maio, estudantes e
populares queimaram e empastelaram as redações dos jornais ditatoriais e, nesse
conflito, foram mortos quatro estudantes de Direito: Miragaia, Martins, Dráusio
e Camargo. O nome dos quatro serviu para no futuro designar o movimento
paulista: MMDC. O primeiro a morrer foi Camargo, justamente o estudante que era
casado e pai de três filhos.
A idéia de revolução tomou conta
de todos, sem distinção de classe social. São Paulo estava confiante da
vitória, pois contava com o apoio dos militares de Minas Gerais, Rio Grande do
Sul e Mato Grosso.
Mas somente Mato Grosso
manteve-se leal a SP. O comandante da Revolução era o general Isidoro Dias
Lopes, apoiado fortemente pelo contingente de Mato Grosso, comandado pelo
general Bertoldo Klinger.
No dia 9 de julho de 1932, o
Interventor Pedro de Toledo telegrafava ao ditador Getúlio Vargas:
"Esgotados os meios que ao meu alcance estiveram para evitar o movimento
que acaba de se verificar na guarnição desta Região ao qual aderiu o povo
paulista, não me foi possível caminhar ao revés dos sentimentos do meu
povo". Começava a Revolução Constitucionalista.
A revolução teve apoio de amplos
setores da sociedade paulista.
Pegaram em armas intelectuais,
industriais, estudantes e outros segmentos das camadas médias, políticos
ligados à República Velha ou ao Partido Democrático. O que os movia era
principalmente a luta antiditatorial.
Fonte: Fundação Getúlio Vargas;
Soleis
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