A Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e
Universidade do Vale do São Francisco (Univasf) permanecem em greve. Filiadas
ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino (Andes), as
universidades não aderiram ao acordo firmado entre o governo federal e a
Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino
Superior (Proifes). Nesta sexta-feira (17), o movimento nacional completa três
meses sem previsão de retorno das aulas. Os sindicatos esperam a reabertura das
negociações com o Andes.
As três universidades informaram
que a greve não altera o vestibular deste ano. UFRPE e Univasf tem seleção
exclusiva pelo Exame Nacional do Ensino Médio e o Sistema de Seleção Unificada
(Sisu) e, com isso, têm o calendário definido pelo Ministério da Educação. A
UFPE, que possui seleção própria atrelada ao Enem, informa que também não deve
ter alterações.
UFRPE
Os professores da UFRPE fizeram
assembleia na quinta (16), mas não chegaram a acordo para o fim do movimento.
“Estamos com o calendário de aulas suspenso. Um ou outro professor continuou
dando aula, mas não tem como lançar as notas. A graduação está completamente
parada. O que continua funcionando é parte da pós-graduação, por causa de prazo
de bolsas de estudo”, explica o professor Ademir Ferraz, primeiro tesoureiro do
Andes Regional II e integrante do Sindicato dos Docentes da UFRPE (Aduferpe).
Professor há 30 anos, Ferraz
conta que os professores continuam firmes no movimento. "Eu nunca vi uma
adesão como estamos tendo agora. Já tivemos greve que levaram quatro anos para
o calendário voltar a normalidade, embora não seja essa a expectativa da gente.
O que não pode é a gente chegar a uma sala de doutorado e não ter tomada",
afirma o professor, lembrando que o movimento vai além da melhoria salarial.
A UFRPE espera o fim do movimento
grevista para poder reordenar o calendário e estudar como as aulas podem ser
repostas. As matrículas para o segundo semestre devem acontecer apenas após a
conclusão do primeiro semestre. Os novos alunos, que fizeram a matrícula no
começo do ano, não precisam se preocupar. A Universidade informa que as vagas
estão garantidas, a questão é apenas o início das aulas.
UFPE
A situação da UFPE é semelhante a
da UFRPE. Os professores esperam a reabertura das negociações com o governo
federal. Na última assembleia, realizada nesta quinta, o término da greve não
entrou em pauta. O calendário acadêmico só deve ser discutido após a
finalização do movimento grevista.
A Associação de Docentes da UFPE
(Adufepe) teve informações de que alguns professores continuaram dando aulas e
chegaram a lançar notas. Entretanto, mesmo concluindo o primeiro semestre, o
segundo só pode começar após o término do movimento, uma vez que o calendário
acadêmico foi suspenso. As aulas do primeiro semestre estavam previstas para
terminar no dia 7 de julho e o começo do segundo seria no dia 6 de agosto no
calendário original.
A Adufepe informa ainda que, para
reabrir as negociações, o comando local de greve da UFPE preparou uma
contraproposta, que mostra flexibilidade em alguns pontos da reestruturação da
carreira contidos na proposta anterior e reitera aqueles que o movimento
docente não abre mão. A contraproposta da Adufepe foi enviada ao comando
nacional na terça (14).
Univasf
A Univasf foi a primeira entre as
faculdades de Pernambuco a aderir à greve das federais, tendo começado o
movimento no dia 15 de maio. Para concluir o primeiro semestre, faltavam 38
dias de acordo com a universidade. A adesão do movimento é quase 100%, mas a
turma 2012.1 de medicina, que já estava em processo de estágio, internato e
atividades práticas extra sala de aula, conseguiu concluir o primeiro semestre.
Definições sobre o calendário
acontecem apenas ao fim da greve, em reunião do Conselho Universitário. A
Universidade esclarece ainda que, como o primeiro semestre não foi concluído, o
segundo não pode ser aberto. As matrículas para o segundo semestre que
ocorreriam de 26 de julho a 2 de agosto não ocorreram e, consequentemente, a
abertura do segundo semestre, que aconteceria no dia 6 de agosto, também não
aconteceu.
Negociação
O governo federal diz que a
negociação está encerrada e pressiona as reitorias das universidades a planejar
o calendário de reposição de aulas. Por outro lado, Andes e Sinasefe afirmam
não reconhecer o acordo e pressiona o governo a reabrir o diálogo. Nesta
quinta-feira (16), o sindicato protocolou no Palácio do Planalto uma carta
dirigida à presidenta Dilma Rousseff pedindo reabertura imediata das
negociações com os docentes em greve.
A greve foi iniciada em 17 de
maio. Do total de 59 universidades, 57 aderiram à paralisação, além dos 37
institutos, centros de educação tecnológica e o Colégio Pedro II, no Rio de
Janeiro. Apenas a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a
Universidade Federal de Itajubá (Unifei) não aderiram ao movimento. De acordo
com a Andes, professores de 52 instituições realizaram novas assembleias após o
governo assinar o acordo com o Proifes e votaram pela continuidade da greve.
Do G1 PE
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