Em greve há 80 dias,
os professores das universidades e dos institutos federais de ensino superior
continuam sem perspectiva de volta às aulas. O Sindicato Nacional dos Docentes
das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), o Sindicato Nacional dos
Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e
a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef)
recusaram-se a firmar acordo com o governo e mantêm a paralisação.
Na sexta-feira (3), a Federação
de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior
(Proifes) aceitou a proposta do governo, que prevê reajustes de 25% a 40% até
2015 e diminuição do número de níveis de carreira de 17 para 13. O fechamento
do acordo significou o fim das negociações por parte do governo.
Com a aceitação da oferta
governamental pelo Proifes, ficou mais evidente o racha na base sindical. Para
a presidenta da Andes-SN, Marinalva Oliveira, o governo não foi coerente. “Para
nossa indignação, entre quatro entidades, só uma manifestou ter aceitado, e o
governo anunciou que as negociações estavam encerradas, de maneira unilateral,
suspendeu qualquer tentativa de acordo”, afirmou.
O coordenador-geral do Sinasefe,
Gutemberg Almeida, também discorda da proposta apresentada e classificou de
“intransigente” a atitude do governo ao encerrar as negociações. “O governo assinou
o acordo com uma entidade que não representa a maioria dos docentes. O governo
ignora a categoria. Não estamos de acordo com essa postura”, disse Almeida.
Dados do Andes-SN e do Sinasefe
indicam que a paralisação atinge 57 das 59 universidades federais, além de 34
dos 38 institutos federais de educação tecnológica. O Proifes representa sete
universidades federais e um instituto técnico. No entanto, cada entidade tem
autonomia para decidir pela continuidade da greve, independentemente de acordo
firmado. A expectativa da entidade é realizar assembleias na próxima semana,
para decidir se os professores voltam ao trabalho.
Segundo a secretária adjunta de
Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Marcela Tapajós, ainda é
cedo para falar em novas propostas, caso a greve continue. “Vamos monitorar os
próximos dias muito atentamente. Qualquer avaliação é prematura agora, mas não
queremos subestimar a situação”, disse Marcela.
Da Agência Brasil
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