Da
Agência Estado
A
ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia fez ontem quinta-feira
(27) um desabafo ao concluir o seu voto com que condenou 12 réus do processo do
mensalão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Responsável
pelas eleições municipais deste ano, como presidente do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia disse que sua manifestação não pode ser vista
como motivo de “desesperança na política”.
“Este
é um julgamento de direito penal em que nós julgamos pessoas que eventualmente
tenham errado e contrariado o direito penal. Mas que, obviamente, isso não
significa, principalmente para os jovens, que a política seja necessariamente
ou sempre corrupta. Pelo contrário: a humanidade chegou ao momento em que nós
chegamos porque é a política ou a guerra”, afirmou.
Cármen
Lúcia conclamou os eleitores, principalmente os jovens, para que não ficassem
desacreditados com a política a dez dias do primeiro turno das eleições
municipais “por causa de erro de um ou outro”. A ministra disse que quem exerce
cargo político tem de atuar “com mais rigor em termos de ética e de cumprimento
de leis do que aquele que resolve cuidar apenas das suas próprias coisas”.
A
magistrada disse que, principalmente nos casos de corrupção, toda a sociedade é
furtada. “Pela escola que não chega, pelo posto de saúde que não se tem, pelo
saneamento básico que tantas centenas de cidades brasileiras não têm,
exatamente pelo escoadouro dessas más práticas, dessas criminosas práticas”,
afirmou, ressaltando que a conduta leva também ao “furto da desesperança de uma
sociedade que chega às vésperas de uma eleição como agora”.
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