domingo, 18 de novembro de 2012

Há 52 anos Éder Jofre se torna Campeão Mundial de Boxe



Éder Jofre (1936)

Éder Jofre não desejava ser lutador de boxe. Sonhava com uma vida calma, apesar da intimidade com o ringue, na academia de propriedade da família e dirigida por seu pai, Aristides Kid Jofre, respeitado lutador. Mas o talento de Éder era nato e ele, ainda menino, foi convencido pelos argumentos do pai. Não gostava de acordar cedo, mas dobrou-se às duras exigências da vida de atleta, ao descobrir que a vitória também implica renúncias. E foi assim que se transformou no melhor pugilista brasileiro de todos os tempos, deixando de ser o Jofrinho, como era tratado em sua casa, para ser o Galinho de Ouro, duas vezes campeão do mundo: em 1960, na categoria peso-galo, e, em 1973, como peso-pena.

Apesar da resistência inicial, suas vitórias começaram cedo, aos sete anos, quando foi o vencedor numa exibição de boxe-mirim, no ginásio do Pacaembu, em São Paulo. Sempre incentivado pela família, um poderoso suporte de sua carreira, Éder Jofre começou a colecionar vitórias, primeiro como peso-mosca em campeonato patrocinado pelo Sesi, a seguir no Campeonato dos Estreantes promovido pelo jornal A Gazeta Esportiva, na condição de atleta do São Paulo.

Na adolescência, mais uma vez foi seduzido por outros caminhos e matriculou-se no Liceu de Artes e Ofícios, com o objetivo de se tornar artista plástico. Nova intervenção da família e voltou ao boxe, arrebatando o campeonato dos Novíssimos, depois o dos Novos, os campeonatos Paulista e Brasileiro, seguidos do troféu Ramon Platero, sua primeira conquista internacional, em Montevideo, Uruguai.

Derrotas? Quem não as vive? Em 1956, Éder Jofre viveu uma bem amarga, nas Olimpíadas de Melbourne, Austrália, já nas quartas de final. Não se deixou abater e, quatro anos depois, faz sua maior conquista, o cinturão de peso-galo, categoria que originou seu apelido Galinho de Ouro. Para ter o direito de desafiar o campeão mundial Elói Sanches, enfrentou a luta que considera a mais difícil de sua carreira, contra o mexicano Joel Mendel, quando quase chegou a beijar a lona e, em um esforço de superação, venceu por nocaute técnico. Ultrapassado este obstáculo, venceu o campeão mundial com grande facilidade, já no sexto assalto.

Pouco depois, tentou pendurar as luvas, mas voltou aos ringues e conquistou seu segundo título mundial, aos 37 anos, contra José Legra, espanhol, sete anos mais jovem do que ele. Foi uma luta dramática, antológica, que durou 15 assaltos. Ao longo da carreira, enfrentou 81 lutas e venceu 77, sendo 58 por nocaute.

Fonte:Livro 100 Brasileiros (2004)

Fonte: http://www.brasil.gov.br

Postado por Johnny Retamero

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