CHEGA DE MARASMO! - É preciso sabedoria para conseguir absorver
boas lições de eventos desagradáveis. A capital pernambucana, que até então
tinha servido de exemplo com relação às manifestações populares que lotam as
ruas do país desde o último mês de junho, sentiu na pele, na quarta-feira, o
que as demais cidades vivenciam desde que os milhares decidiram “acordar o
gigante” e reivindicar um sistema político menos corrupto e desigual.
Líderes do movimento que
vandalizou prédios públicos do Recife e terminou incendiando um ônibus em uma
das mais importantes ruas da cidade condenaram a ação, mas afirmaram que o ato
só tornou-se real devido à ausência de diálogo por parte dos governos municipal
e estadual.
A Prefeitura do Recife e a Câmara
de Vereadores tentaram, assim como o Governo do Estado, “empurrar com a
barriga” as reivindicações dos estudantes, uma prática que, na era da revolução
digital, está fadada ao fracasso.
As ruas clamam por políticas
eficientes, justas e de rápida implementação. Esse descrédito, fruto da ineficiência
de políticos meia-boca que há décadas ignoram quem os elegeu, incutiu na
população um sentimento de indignação que não será apaziguado. Ou se resolve,
ou “o pau vai cantar”.
As autoridades pernambucanas
creditaram os ataques e a ineficiência da polícia ao fator surpresa. O serviço
de inteligência falhou. Pisou na bola por ser prepotente e acreditar que um
analgésico curaria um câncer. O resultado desse “rei na barriga” foi sofrido
pelo patrimônio público. E ninguém foi preso.
O poder público precisa
urgentemente ouvir a linguagem dos que saem às ruas para reivindicar mudanças
no atual sistema político. Essa atenção não pode ser seletiva e destinada
apenas às grandes manifestações. Não importa se quem fala o faz solo ou em
coro; se algo é dito, alguém precisa ouvir.
BONS ALIADOS - Ao contrário do
que foi noticiado por alguns veículos, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB)
recebeu, em seu gabinete, a visita de aliados em comemoração ao seu
aniversário. Entre os que fizeram questão de apagar as velinhas ao lado do
peemedebista, o governador Eduardo Campos (PSB), o prefeito Geraldo Julio (PSB)
e o deputado estadual Ricardo Costa (PTC).
SAINDO DA TOCA – O prefeito Geraldo Julio (PSB) decidiu, após dois
dias em silêncio, falar sobre os atos de vandalismos ocorridos durante o
protesto da última quarta-feira (21) na capital pernambucana. O gestor condenou
as práticas e rechaçou as acusações de líderes do movimento estudantil que
afirmaram que a Prefeitura do Recife não estaria aberta ao diálogo.
FARPAS E MAIS FARPAS – Continua quente o clima entre o prefeito
José Queiroz e o vice-governador João Lyra (PDT). Correligionários, as duas
lideranças caruaruenses andam ocupando as manchetes devido à intensa troca de
acusações e insinuações com relação à sucessão ao governo estadual e, acredite,
por remoer as decisões tomadas durante as eleições municipais do ano passado.
GANÂNCIA PURA – O prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota
(PSB), chocou a comunidade pajeuzeira ao declarar que a limpeza da Barragem de
Brotas, um dos mais importantes reservatórios do Sertão de Pernambuco, está
ameaçada devido à arrogância e sede por dinheiro de alguns supostos donos de
terras. Os “falsos proprietários”, como foram taxados pela mídia local, afirmam
que os trabalhos de desassoreamento da barragem só irão ter continuidade caso a
prefeitura pague indenizações exorbitantes. Que vergonha!
CURTAS
TOLERÂNCIA ZERO – O Supremo Tribunal Federal segue irredutível ao
analisar os pedidos de redução de pena efetuados pelas defesas dos envolvidos
no escândalo do mensalão. O ministro Joaquim Barbosa, além de negar a grande
maioria dos recursos dos réus, tem cobrado celeridade dos colegas, alegando que
a sociedade não aguenta mais tanta “enrolação”.
PERSONA NON GRATA
O atual prefeito de Orobó, Cleber Chaparral
(PSDB), ainda não caiu nas graças do povo. De acordo com informações repassadas
ao blog, até o vice-prefeito estaria evitando contato com o gestor e, por isso,
não põe os pés na prefeitura desde que assumiu o cargo.
Perguntar não ofende: O que o recifense espera da polícia nas
manifestações do dia sete de setembro?
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