sábado, 24 de agosto de 2013

Blog do Magno Martins: coluna do sabadão

CHEGA DE MARASMO! - É preciso sabedoria para conseguir absorver boas lições de eventos desagradáveis. A capital pernambucana, que até então tinha servido de exemplo com relação às manifestações populares que lotam as ruas do país desde o último mês de junho, sentiu na pele, na quarta-feira, o que as demais cidades vivenciam desde que os milhares decidiram “acordar o gigante” e reivindicar um sistema político menos corrupto e desigual.

Líderes do movimento que vandalizou prédios públicos do Recife e terminou incendiando um ônibus em uma das mais importantes ruas da cidade condenaram a ação, mas afirmaram que o ato só tornou-se real devido à ausência de diálogo por parte dos governos municipal e estadual.

A Prefeitura do Recife e a Câmara de Vereadores tentaram, assim como o Governo do Estado, “empurrar com a barriga” as reivindicações dos estudantes, uma prática que, na era da revolução digital, está fadada ao fracasso.

As ruas clamam por políticas eficientes, justas e de rápida implementação. Esse descrédito, fruto da ineficiência de políticos meia-boca que há décadas ignoram quem os elegeu, incutiu na população um sentimento de indignação que não será apaziguado. Ou se resolve, ou “o pau vai cantar”.

As autoridades pernambucanas creditaram os ataques e a ineficiência da polícia ao fator surpresa. O serviço de inteligência falhou. Pisou na bola por ser prepotente e acreditar que um analgésico curaria um câncer. O resultado desse “rei na barriga” foi sofrido pelo patrimônio público. E ninguém foi preso.

O poder público precisa urgentemente ouvir a linguagem dos que saem às ruas para reivindicar mudanças no atual sistema político. Essa atenção não pode ser seletiva e destinada apenas às grandes manifestações. Não importa se quem fala o faz solo ou em coro; se algo é dito, alguém precisa ouvir.

BONS ALIADOS - Ao contrário do que foi noticiado por alguns veículos, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) recebeu, em seu gabinete, a visita de aliados em comemoração ao seu aniversário. Entre os que fizeram questão de apagar as velinhas ao lado do peemedebista, o governador Eduardo Campos (PSB), o prefeito Geraldo Julio (PSB) e o deputado estadual Ricardo Costa (PTC).



SAINDO DA TOCA – O prefeito Geraldo Julio (PSB) decidiu, após dois dias em silêncio, falar sobre os atos de vandalismos ocorridos durante o protesto da última quarta-feira (21) na capital pernambucana. O gestor condenou as práticas e rechaçou as acusações de líderes do movimento estudantil que afirmaram que a Prefeitura do Recife não estaria aberta ao diálogo.

FARPAS E MAIS FARPAS – Continua quente o clima entre o prefeito José Queiroz e o vice-governador João Lyra (PDT). Correligionários, as duas lideranças caruaruenses andam ocupando as manchetes devido à intensa troca de acusações e insinuações com relação à sucessão ao governo estadual e, acredite, por remoer as decisões tomadas durante as eleições municipais do ano passado.

GANÂNCIA PURA – O prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB), chocou a comunidade pajeuzeira ao declarar que a limpeza da Barragem de Brotas, um dos mais importantes reservatórios do Sertão de Pernambuco, está ameaçada devido à arrogância e sede por dinheiro de alguns supostos donos de terras. Os “falsos proprietários”, como foram taxados pela mídia local, afirmam que os trabalhos de desassoreamento da barragem só irão ter continuidade caso a prefeitura pague indenizações exorbitantes. Que vergonha!


CURTAS

TOLERÂNCIA ZERO – O Supremo Tribunal Federal segue irredutível ao analisar os pedidos de redução de pena efetuados pelas defesas dos envolvidos no escândalo do mensalão. O ministro Joaquim Barbosa, além de negar a grande maioria dos recursos dos réus, tem cobrado celeridade dos colegas, alegando que a sociedade não aguenta mais tanta “enrolação”.

PERSONA NON GRATA
O atual prefeito de Orobó, Cleber Chaparral (PSDB), ainda não caiu nas graças do povo. De acordo com informações repassadas ao blog, até o vice-prefeito estaria evitando contato com o gestor e, por isso, não põe os pés na prefeitura desde que assumiu o cargo.





Perguntar não ofende: O que o recifense espera da polícia nas manifestações do dia sete de setembro?

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