Permanece o impasse entre os
funcionários das obras da Refinaria Abreu e Lima e da Petroquímica no Complexo
Industrial e Portuário de Suape, no Grande Recife, representados Sindicato dos
Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de
Terraplanagem no Estado de Pernambuco (Sintepav-PE), e o patrões, representados
pelo Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon). Uma
reunião na segunda-feira (12), que contou com a presença do ministro do
Trabalho e Emprego, Leonel Brizola Neto, durou aproximadamente sete horas,
terminando após as 23h.
O encontro aconteceu na Delegacia
Regional do Trabalho (DRT). Desde o dia 30 de outubro, os cerca de 54 mil
trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima e Petroquímica Suape, que ficam no
Porto de Suape, estão em greve. De acordo com o Sintepav, os trabalhadores
pedem equiparação salarial entre a categoria.
Representantes dos trabalhadores e dos patrões já se encontraram em duas
audiências no Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT6), nos dias 5 e 9
de novembro, mas sem sucesso nas tentativas de conciliação. Por conta disso, o
Tribunal marcou a audiência para esta terça (13).
O Sintepav-PE alega que o acordo
assinado na última convenção coletiva, em agosto, garante a equiparação
salarial entre as empresas de Pernambuco, difrença que chegava a 47% nas mesmas
funções. "Os trabalhadores acabaram por fazer essa paralisação para
obrigar as empresas a fazer essa equiparação", explica Aldo Amaral,
presidente do sindicato que representa os trabalhadores.
Amaral afirma ainda que esse não
é o único problema enfrentado, que os trabalhadores estariam sendo perseguidos
por policiais. "Estão acontecendo demissões, a gente veio denunciar isso
aqui. A polícia fica em cima dos trabalhadores, não os deixa fazer a greve, que
é um direito que eles têm. E nós estamos aqui lutando por um direito que nós
temos, que está na convenção coletiva e assinada no Ministério do
Trabalho", defende o presidente.
A diretora de Relações
Trabalhistas e Sindicais do Sinicon, Renilda Cavalcanti, alega que desconhece
qualquer ação policial no canteiro de obras. "Não tenho conhecimento
nenhum de que a polícia esteja trabalhando lá. Com relação às demissões, não
foram demissões injustas. Foram demissões por conta de mobilizações, que é uma
coisa natural em qualquer obra", diz Renilda.
Greve em agosto
Os cerca de 54 mil trabalhadores
que atuam nas obras da Refinaria Abreu e Lima e PetroquímicaSuape ficaram em
greve do dia 1º ao dia 16 de agosto. No dia 8, o clima começou a ficar mais
tenso no complexo após uma assembleia realizada pelos operários, uma vez que os
patrões queriam descontar os dias paralisados. Houve quebra-quebra e ônibus
foram queimados. No dia 10, os trabalhadores foram liberados pelas empresas,
que estavam com receio de novos tumultos. No dia 13 de agosto, o Sintepav
orientou os trabalhadores a não voltarem aos postos, por considerar injusta a
decisão de descontar os dias paralisados, já que os tumultos teriam sido
promovidos apenas por um grupo. O sindicato dos trabalhadores e das empresas
entraram em acordo na noite do dia 15, depois de dias de reuniões sem avanços
na negociação.
Do G1 PE
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