Da
Agence France-Presse / AFP
O
Papa Bento XVI prestou homenagem na quarta-feira (31/10) à poderosa luz
irradiada pelos afrescos da Capela Sistina durante uma cerimônia para comemorar
os 500 anos da inauguração da célebre abóbada pintada por Michelângelo de 1508
a 1512 e considerada uma das obras de arte mais importantes e belas do mundo.
"Com
uma intensidade e expressividade únicas, o grande artista representou Deus
criador, sua ação e sua força, para dizer com evidência que o mundo não é
produto da escuridão, do absurdo, do azar, e sim que provém de sua
inteligência, da liberdade, de um supremo ato de amor", afirmou o Papa.
Bento
XVI presidiu a oração da véspera do Dia de Todos os Santos na célebre capela,
sede dos conclaves dos Papas, como o fez há cinco séculos, em 31 de outubro de
1512, o Papa Júlio II, que encomendou a pintura da abóbada de 1.100 metros
quadrados e Michelângelo Buonarotti, o grande mestre do Renascimento.
Em
função das celebrações de 500 anos da Capela Sistina, o Vaticano afirmou que
poderá ter de limitar o grande número de visitantes devido à poluição que está
danificando os afrescos de Michelângelo.
O
Vaticano tinha um sistema de refrigeração eficiente para as restaurações da
capela nos anos 1990, mas especialistas alertaram que ele não seria mais o
suficiente para suportar a enorme quantidade de poeira e sujeira trazida pelos
visitantes diariamente.
O
diretor dos Museus do Vaticano, Antonio Paolucci, afirmou que um especialista
da companhia foi requisitado para desenvolver um novo sistema de purificação do
ar, mas advertiu que se a solução não for encontrada até o ano que vem, o
Vaticano terá que reduzir o número de turistas.
Michelângelo
passou em torno de quatro anos pintando os afrescos do teto da capela, que,
segundo Paolucci, muitos turistas não aceitariam deixar de conhecer em uma
visita a Roma.
"São
uma atração fatal, um objeto de desejo", descreveu.
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