quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Papa Bento XVI comemora nesta quarta os 500 anos da Capela Sistina


Da Agence France-Presse / AFP

O Papa Bento XVI prestou homenagem na quarta-feira (31/10) à poderosa luz irradiada pelos afrescos da Capela Sistina durante uma cerimônia para comemorar os 500 anos da inauguração da célebre abóbada pintada por Michelângelo de 1508 a 1512 e considerada uma das obras de arte mais importantes e belas do mundo.

"Com uma intensidade e expressividade únicas, o grande artista representou Deus criador, sua ação e sua força, para dizer com evidência que o mundo não é produto da escuridão, do absurdo, do azar, e sim que provém de sua inteligência, da liberdade, de um supremo ato de amor", afirmou o Papa.

Bento XVI presidiu a oração da véspera do Dia de Todos os Santos na célebre capela, sede dos conclaves dos Papas, como o fez há cinco séculos, em 31 de outubro de 1512, o Papa Júlio II, que encomendou a pintura da abóbada de 1.100 metros quadrados e Michelângelo Buonarotti, o grande mestre do Renascimento.

Em função das celebrações de 500 anos da Capela Sistina, o Vaticano afirmou que poderá ter de limitar o grande número de visitantes devido à poluição que está danificando os afrescos de Michelângelo.

As pinturas, que incluem a famosa representação do momento em que Deus dá a vida a Adão com o toque de seu dedo, estão sendo danificadas pela respiração, transpiração e pelo calor dos 10.000 a 30.000 turistas que andam pela capela todos os dias.

O Vaticano tinha um sistema de refrigeração eficiente para as restaurações da capela nos anos 1990, mas especialistas alertaram que ele não seria mais o suficiente para suportar a enorme quantidade de poeira e sujeira trazida pelos visitantes diariamente.

O diretor dos Museus do Vaticano, Antonio Paolucci, afirmou que um especialista da companhia foi requisitado para desenvolver um novo sistema de purificação do ar, mas advertiu que se a solução não for encontrada até o ano que vem, o Vaticano terá que reduzir o número de turistas.

Michelângelo passou em torno de quatro anos pintando os afrescos do teto da capela, que, segundo Paolucci, muitos turistas não aceitariam deixar de conhecer em uma visita a Roma.

"São uma atração fatal, um objeto de desejo", descreveu.

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