Foto Ilustrativa da Internet |
Uma resolução da Secretaria de
Segurança Pública de São Paulo publicada nessa terça-feira (8) no Diário
Oficial do Estado determina que casos graves de violência - como homicídios e
pessoas feridas em confronto com a polícia - só podem ser socorridos por
equipes de resgate, como o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
A
medida também altera a classificação das ocorrências com mortos pela polícia de
“resistência seguida de morte” para “morte decorrente de intervenção policial”.
O primeiro caso ocorreu nesta
terça. Às 17h03, um carro roubado foi abordado e seguido por viaturas da PM em
Campo Grande, na zona sul da capital paulista. De acordo com a corporação,
houve troca de tiros na Avenida Nossa Senhora do Sabará. Uma viatura de resgate
dos bombeiros foi chamada às 17h09 no posto de atendimento de Santo Amaro.
Segundo os bombeiros, o resgate chegou ao local às 17h34. O baleado sobreviveu.
O secretário da Segurança,
Fernando Grella Vieira, afirmou que o objetivo da resolução é garantir
atendimento especializado para pessoas com ferimentos graves, assim como já
ocorre no trânsito. “A medida quer garantir a saúde da vítima, com equipes
especializadas para atender ao resgate.”
A mudança busca também liberar
mão de obra de policiais militares para preservar a cena do crime. “A
modificação ajuda a garantir a qualidade das investigações e a evitar que
provas sejam apagadas.”
Outro benefício é dificultar
casos de violência cometidos por PMs enquanto supostamente socorrem vítimas.
Como o desvendado pela Corregedoria na sexta-feira (4), que levou à prisão seis
policiais acusados de executar três jovens depois de serem colocados em uma
viatura.
A proibição do termo “resistência
seguida de morte” é fundamentalmente “simbólica”, segundo Grella. “Sinaliza que
estamos dispostos a investigar, antes de definir que o caso foi uma
resistência.”
O diretor do Samu na capital,
Luiz Carlos Wilke, disse nessa terça-feira (8) que o impacto da resolução será
pequeno na demanda diária. “O policial faz a ‘reboqueterapia’. Enfia a vítima
na viatura e leva ao hospital mais próximo. Mas de que adianta levar alguém que
levou um tiro na cabeça a um lugar sem neurocirurgião? Levando o paciente ao
lugar certo, horas e horas de atendimento são ganhas.”
Agência Estado
Nenhum comentário:
Postar um comentário