quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Policiais militares de São Paulo não podem socorrer mais vítima de violência

Foto Ilustrativa da Internet

Uma resolução da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo publicada nessa terça-feira (8) no Diário Oficial do Estado determina que casos graves de violência - como homicídios e pessoas feridas em confronto com a polícia - só podem ser socorridos por equipes de resgate, como o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). 

A medida também altera a classificação das ocorrências com mortos pela polícia de “resistência seguida de morte” para “morte decorrente de intervenção policial”.

O primeiro caso ocorreu nesta terça. Às 17h03, um carro roubado foi abordado e seguido por viaturas da PM em Campo Grande, na zona sul da capital paulista. De acordo com a corporação, houve troca de tiros na Avenida Nossa Senhora do Sabará. Uma viatura de resgate dos bombeiros foi chamada às 17h09 no posto de atendimento de Santo Amaro. Segundo os bombeiros, o resgate chegou ao local às 17h34. O baleado sobreviveu.

O secretário da Segurança, Fernando Grella Vieira, afirmou que o objetivo da resolução é garantir atendimento especializado para pessoas com ferimentos graves, assim como já ocorre no trânsito. “A medida quer garantir a saúde da vítima, com equipes especializadas para atender ao resgate.”

A mudança busca também liberar mão de obra de policiais militares para preservar a cena do crime. “A modificação ajuda a garantir a qualidade das investigações e a evitar que provas sejam apagadas.”

Outro benefício é dificultar casos de violência cometidos por PMs enquanto supostamente socorrem vítimas. Como o desvendado pela Corregedoria na sexta-feira (4), que levou à prisão seis policiais acusados de executar três jovens depois de serem colocados em uma viatura.

A proibição do termo “resistência seguida de morte” é fundamentalmente “simbólica”, segundo Grella. “Sinaliza que estamos dispostos a investigar, antes de definir que o caso foi uma resistência.”

O diretor do Samu na capital, Luiz Carlos Wilke, disse nessa terça-feira (8) que o impacto da resolução será pequeno na demanda diária. “O policial faz a ‘reboqueterapia’. Enfia a vítima na viatura e leva ao hospital mais próximo. Mas de que adianta levar alguém que levou um tiro na cabeça a um lugar sem neurocirurgião? Levando o paciente ao lugar certo, horas e horas de atendimento são ganhas.”

 Agência Estado

Nenhum comentário: