terça-feira, 1 de março de 2011

HÁ 301 ANOS TEVE INÍCIO A GUERRA DOS MASCATES COM O INÍCIO DAS HOSTILIDADES EM VITÓRIA DE SANTO ANTÃO.



PARTE 3
ATUAÇÃO DO CAPITÃO-MOR PEDRO RIBEIRO DA SILVA
CAPITÃO-MOR PEDRO RIBEIRO DA SILVA
Segundo o padre JOAQUIM DIAS MARTINS, panegirista das “Vitimas da liberdade nas duas revoluções ensaiadas em 1710 e 1817(leia mais REVOLUÇÃO DE 1817 e conheça D. BÁRBARA PEREIRA DE ALENCAR, postado no dia 12 de fevereiro de 2011), assim se refere ao CAPITÃO-MOR PEDRO RIBEIRO:


“PEDRO RIBEIRO DA SILVA, pernambucano de 1710; era CAPITÃO-MOR da VILA DE SANTO ANTÃO, e tão bravo atleta e fogoso campeão da pátria que bem pode chamar-se o Martins de 1710. Havendo pugnado invencivelmente contra a emancipação do RECIFE, ou pretensão dos MASCATES, tanto se enfureceu contra a predileção do governador SEBASTIÃO DE CASTRO E CALDAS que se fez geralmente suspeito nos tiros com que o assassinaram.
Destruição do Pelourinho do Recife
Contra ele, pois, se dirigiram todas as violências do governador, cuja perseguição quis livrar-se, resistindo-lhe com mão armada: foi ele quem prendeu o CAPITÃO JOÃO DA MOTA, comandante do presídio estabelecido em SANTO ANTÃO, e unicamente contra ele, e, logo, convocando os conjurados, baixou ao RECIFE, afugentou o governador, fez demolir o PELOURINHO, castigou os intrusos municipais com as suas mesmas bengalas e cabeleiras, e recolheu-se triunfante a OLINDA, entre aplausos universais. Na sessão geral da nobreza em Câmara, sobre a forma de governo, opinou como zeloso patriota, concluindo que se governassem a si mesmos, porque só assim  ficaria a pátria livre dos riscos por que acabava de passar.

É verdade que outros riscos maiores lhe adoçaram a opinião, concordando finalmente que o Bispo fosse o governador interino, com a cláusula de que, em nome d’El Rei, olhasse o passado como inocente desforço da nobreza e povo oprimido”.
Informa ainda DIAS MARTINS que, havendo o MASCATE sorrateiramente prendido ao Bispo-Governador, acendeu-se novamente o facho da revolta.
“a indignação de PEDRO RIBEIRO lhe pôs asas ardentes com que veio voando de SANTO ANTÃO a castigar tantos ultrajes: a reunião fez-se em OLINDA, sendo decretado que se sitiasse o RECIFE, o grande SILVA pediu a ESTÂNCIA DOS AFOGADOS, não só para poder esfaimar os MASCATES, senão também para cortar os seus cúmplices do CABO: foi-lhe concedido, e aqui se postou, em 22 de julho, com outros heróis, sob o comando do insigne JOÃO DE BARROS REGO, do qual bastará ler o artigo para poderem conceituar os heroísmos em que SILVA teve sempre grande parte e decidida influência, tendo somente a acrescentar que, na invasão dos tiranos, foi menos infeliz (...).
CONCLUSÃO
Com a chegada do novo governador FELIX JOSÉ MACHADO, entregou-lhe o bispo o governo da Capitania, e os pernambucanos, na esperança de uma conciliação geral, ensarilharam as armas. Porém, foram traídos em sua boa fé, pois FELIX MACHADO tomou partido dos mascates, perseguiu ferozmente aos chefes pernambucanos, fazendo prender dezenas deles e deportando-os para LISBOA, onde ficaram encarcerados.
LEÃO FALCÃO D’EÇA, CAPITÃO DE ORDENANÇAS DE TRACUNHAEN e PEDRO RIBEIRO DA SILVA procuram se defender do governador fugindo para as matas e resistiram às tentativas de prendê-los, até que, em Abril de 1714, veio o perdão geral e os refugiados puderam voltar às suas casas e propriedades.
No nosso município há uma escola com o seu nome ESCOLA MUNICIPAL PEDRO RIBEIRO.
Espero que tenham gostado de saber mais uma história de um vulto importante da nossa cidade.

FONTE: ARAGÃO, José. História da Vitória de Santo Antão-Volume Um




POR JOHNNY RETAMERO

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