A gasolina vai ficar mais cara
nos postos pela primeira vez em quase dez anos. O Governo Federal deve
reajustar em 7% o preço do combustível. O óleo diesel também vai subir, mas em
patamar um pouco menor - entre 4% e 5%. A expectativa é de que o anúncio do
reajuste seja feito na próxima semana. Para amenizar o impacto do aumento para
o consumidor e evitar uma piora nos índices de inflação, a equipe econômica
estuda medidas que poderão ser adotadas nos próximos meses.
Uma delas é o aumento da mistura
de álcool anidro (etanol) à gasolina. O governo deve anunciar a elevação do
teto da mistura, dos atuais 20% para 25%, junto com o reajuste dos
combustíveis. Mas a elevação só deve ser efetivada quando a colheita de
cana-de-açúcar estiver no auge, o que deve acontecer no fim deste primeiro
semestre.
Demanda antiga do setor, o
aumento da mistura minimizaria o impacto do reajuste que será anunciado. Além
disso, a medida alivia a necessidade de importação de gasolina, um dos fortes
responsáveis pelo déficit da balança comercial no início deste ano. Caso ocorra
essa mudança, o segmento sucroalcooleiro tem muito que comemorar já que o
etanol hidratado pode voltar a ser competitivo.
Atualmente, de acordo com
estimativas do Sindicato das Indústrias do Açúcar e do Álcool de Pernambuco
(Sindaçúcar-PE), o percentual de custo do etanol, que é um combustível limpo e
sustentável, acarretando na melhoria ambiental, varia entre 78% e 81%. “Se
houver o aumento, é provável que o etanol volte a ser competitivo, pois,
hipoteticamente, os níveis ficarão entre 67% e 68% do preço da gasolina”,
estima o presidente do Sindaçúcar-PE, Renato Cunha.
O aumento dos combustíveis
proporcionará à Petrobras, com base nos volumes vendidos em dezembro, um aporte
de R$ 600 milhões no caixa a partir deste mês, de acordo com os cálculos feitos
para o Estado pelo Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIA).
Agência Estado
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