Os reservatórios do Nordeste
terminaram o ano de 2012 abaixo do limite de segurança para o abastecimento do
mercado - um mecanismo criado pelo governo federal após o racionamento de 2001
para alertar sobre o nível das represas. De acordo com relatórios do Operador
Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a capacidade de armazenamento das usinas da
região fechou o mês de dezembro em 32,2%. O limite mínimo estabelecido era de
34%.
No sistema Sudeste/Centro-Oeste,
a situação não é muito diferente. As hidrelétricas encerraram o ano com uma
reserva média de água de 28,8% - apenas 0,8 ponto porcentual acima da curva de
aversão ao risco. O nível de armazenamento é semelhante ao de 2000 (28,52%),
antes de o governo federal ser obrigado a decretar o racionamento de 2001.
Apesar da condição preocupante,
os reservatórios devem começar o ano acima do nível de segurança. Isso porque o
ONS recalculou as curvas de aversão ao risco para 2013. Na prática, porém, a
situação das usinas continuará bastante delicada. O alívio será apenas no
papel.
Ao contrário do que a presidente
Dilma Rousseff afirmou na semana passada, de que é ridículo falar de risco de
racionamento se não chover o País poderá ter dificuldades de abastecimento.
Isso porque o ONS já lançou mão de todos os recursos disponíveis para poupar
água nos reservatórios.
Desde o final de outubro, todas
as térmicas existentes no País (sejam a óleo combustível, diesel, carvão ou
gás) estão em operação. Hoje elas estão produzindo algo em torno de 10,5 mil MW
- 22% da produção nacional. Isso representa uma conta de mais R$ 600 milhões
por mês para o consumidor brasileiro.
O ONS também tem reforçado o
intercâmbio de energia entre os sistemas. As regiões Norte e Sul, cujos
reservatórios estão com melhores níveis de armazenamento estão mandando mais
energia para o Sudeste/Centro-Oeste e para o Nordeste, que juntos representam 90%
do sistema nacional. Norte e Sul significam 5% cada.
Um trunfo que o ONS deve ter a
partir de meados deste mês é a entrada em operação da Termoelétrica de
Uruguaiana. A usina, de 639 MW, instalada no Sul do País, está parada por falta
de combustível. Em caráter emergencial, o Ministério de Minas e Energia
autorizou a reativação da usina, que vai funcionar com gás natural liquefeito
(GNL) importado pela Petrobras.
Agência Estado
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