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O nome Odebrecht virou
recorrente em Pernambuco. Do Porto de Suape à Ferrovia Transnordestina,
literalmente do litoral ao Sertão, a empresa está à frente de obras e até de
concessões. Seu porte gigantesco e suas inúmeras divisões permitem a ela
participação em frentes simultâneas e bem distintas: construção de estradas,
operação de estádios de futebol, imóveis em locais paradisíacos, transporte
público e até esgoto. Para completar, a companhia há muito tempo rompeu as
fronteiras do Brasil e virou multinacional, com projetos em Angola e até nos
Estados Unidos. A impressão é de que a Odebrecht está em todo lugar.
Os projetos com a empresa
à frente são federais, estaduais e privados. A obra de R$ 5,3 bilhões para
construir os 1.728 quilômetros da Transnordestina, por exemplo, é um contrato
com a concessionária Transnordestina Logística, ligada à Companhia Siderúrgica
Nacional (CSN). Ou seja, foi fechado entre dois grupos privados. Para se ter
ideia do porte da companhia, em 2011 sua receita bruta foi de R$ 71 bilhões. O
número de 2012 ainda não saiu.
“A gente pensa na
Odebrecht como empresa de engenharia, mas não é. Ela trabalha em setores muito
diferentes e em vários países. É uma multinacional brasileira”, comenta Marcos
Roberto Cavalcanti, vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da
Construção (Cbic) e presidente da Associação de Empresas de Obras Públicas de
Pernambuco (Aeope).
Mas a multinacional, que
tem o embrião em uma companhia de 1944, na Bahia, já tinha rumado para setores
como setor petroquímico há décadas quando começou a chamar a atenção dos
pernambucanos. O motivo foi seu envolvimento em projetos de impacto na
infraestrutura urbana.
Na área de concessões, que
mistura obras e prestação de serviços, ela já assumiu a construção e operação do
acesso viário à Reserva do Paiva, em parceria com o Grupo Cornélio Brennand, a
Arena da Copa, em São Lourenço da Mata, e a Via Expressa, em Suape. Uma empresa
do grupo, a Foz do Brasil, acaba de ser declarada vencedora do megacontrato da
chamada PPP do Saneamento, uma parceria público-privada (PPP) com faturamento
estimado em R$ 16,7 bilhões.
Além disso, já desenvolveu
estudos para uma série de outras concessões, como um pedágio urbano que
funcionaria como prolongamento da Avenida Beira-Rio, do Recife rumo à zona
oeste metropolitana, uma nova sede da Universidade de Pernambuco (UPE) dentro
da Cidade da Copa, o bilionário Arco Viário (mais conhecido como Arco
Metropolitano, um novo contorno do Grande Recife) e até uma polêmica proposta
para um sistema de monotrilhos.
“A empresa sempre está
atenta para grandes obras. Para o governo, é bom ter uma empresa de melhor
porte porque dá mais tranquilidade. Só faço guerra por mais participação das
pequenas e médias no setor público”, diz Marcos Roberto.
Coordenador da Unidade de
Pesquisas Técnicas (Uptec), da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe),
Júlio Becher responde pela Sondagem da Indústria da Construção. Ele ressalta
que a atividade é a mais dinâmica atualmente no Estado e, apesar da
desaceleração em outras áreas da economia, em 2012, a construção continua com
elevado índice de confiança.
“O momento da economia de
Pernambuco é propício a grandes obras. E a Odebrecht de fato encabeça grandes
projetos. Se a decisão da empresa é só assumir obras de maior porte eu não sei,
mas é natural organizações de qualquer área atingirem um porte tal que passem a
rejeitar pequenas obras. Uma grande escala facilita negociações com
fornecedores, por exemplo, e aumenta o retorno financeiro”, analisa Júlio.
Veja a reportagem
completa, incluindo uma lista dos projetos da Odebrecht em Pernambuco, no
Jornal do Commercio deste domingo (3).
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