Da Agência
Brasil
radar64.com.br |
Duas quadrilhas que
traficavam brasileiras para serem exploradas sexualmente no exterior foram
desbaratadas nos últimos sete meses em decorrência de duas operações da Polícia
Federal (PF). No total, as operações levaram ao resgate de 40 vítimas do
tráfico internacional de mulheres, entre brasileiras e estrangeiras, que eram
exploradas sexualmente na Espanha.
O resultado das operações
foi divulgado nesta sexta-feira (1º) pela ministra da Secretaria de Políticas
para Mulheres da Presidência da República, Eleonora Menicucci, e pelo ministro
da Justiça, José Eduardo Cardozo.
As prisões foram feitas em
parceria com a polícia da Espanha a partir de denúncias colhidas pela Central
de Atendimento à Mulher, o Ligue 180 Internacional, serviço coordenado pela
Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, e
repassadas pelo Ministério da Justiça ao governo daquele país.
Na primeira operação,
realizada em Ibiza em junho de 2012 e batizada de Palmera, foram resgatadas 28
mulheres, das quais seis eram brasileiras, com o seu desdobramento, foram
resgatadas mais seis vítimas. Na segunda, a Planeta, deflagrada na quarta-feira
(30) em Salamanca, foram resgatadas seis vítimas, sendo duas brasileiras.
"São jovens, são
pobres e foram aliciadas por pessoas brasileiras ou estrangeiras. Elas ficam
confinadas, presas em porões das casas, dentro das próprias boates e casas
noturnas e são exploradas sexualmente," disse a ministra Eleonora
Menicucci.
A Operação Planeta teve
início a partir da denúncia feita pela mãe de uma das vítimas, que recebeu uma
rápida ligação da filha, explorada sexualmente no exterior, relatando o seu
desamparo. A ligação fez com que a mãe lembrasse de cenas da novela Salve
Jorge, que trata do tráfico de pessoas.
De acordo com Eleonora ,
os aliciadores disseram que a vítima iria trabalhar como operadora de caixa de
restaurante, “mas ela acabou sendo explorada sexualmente e inclusive teve a sua
vida ameaçada”, disse. A ministra revelou as quadrilhas ganhavam R$ 1 mil por
cada pessoa que conseguiam levar para o exterior.
A operação, de acordo com
a Polícia Federal, resultou na prisão de um casal de brasileiros, em Salvador
(BA), que recrutava jovens com a
promessa de emprego no exterior.
De janeiro a dezembro de
2012, o Ligue 180 Internacional recebeu 80 denúncias, das quais, 30 vieram da
Espanha, 25 da Itália, 18 de Portugal e duas de El Salvador, países onde o
serviço está disponível. O serviço também registrou ligações da França, da Inglaterra, da Suíça e
de Luxemburgo. “Tudo o que nós estamos construindo em nossa rede de
enfrentamento e com o Ligue 180 é resultado da consolidação da Lei Maria da
Penha,” disse Eleonora.
Do total de ligações
recebidas, 40% são pedidos de informações e 60% são pedidos de socorro. A
violência física é a que mais gera denúncias, com 51%, seguida de violência
psicológica (33%) e violência moral (6,6%). Apenas 5% relatam alguma associação
com tráfico internacional de pessoas.
Na avaliação do ministro
da Justiça, José Eduardo Cardozo, o pequeno percentual de denúncias se deve ao
tipo de crime. “Uma das maiores dificuldades que se tem ao combater o tráfico
de pessoa é que as pessoas não denunciam. Sem a denúncia e sem a confirmação,
nada se faz”, disse. De acordo com Cardozo, as vítimas têm vergonha de
denunciar e também temem sofrer retaliações dos aliciadores.
A ministra Eleonora
Meniccuci disse que o governo estuda a ampliação do Ligue 180 Internacional.
Criado em novembro de 2011, o serviço atende brasileiras em situação de
violência na Espanha, na Itália e em Portugal. A ministra também fez um apelo
para que as pessoas denunciem mais este tipo de crime.
“Nós do governo federal
temos adotado uma postura de uma política obcecada e determinada para combater
o tráfico de pessoas. Quero chamar todas as mulheres e homens do Brasil para
denunciar esse tipo de situação. Não podemos deixar que as pessoas sejam
vítimas dessas quadrilhas", disse.
Um comentário:
um bando de putas que se vendem querem protecao? kkk
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