Longe do poder em Pernambuco,
golpeado com a perda da Prefeitura do Recife, o PT deveria aproveitar esta fase
para voltar a fazer oposição. Com firmeza e coerência. Tem determinação e
experiência na matéria, militância e as ferramentas disponíveis.
Quando quer, ninguém faz oposição
melhor do que o PT. Que o diga Roberto Magalhães, Arraes, Joaquim e Jarbas, que
governaram com a espada de Dâmocles do PT em suas cabeças.
Mas a derrota para o PSB na
capital deixou suas lideranças em parafuso, tontas, desequilibradas, sem rumo.
E quando se perde a cabeça acontece o que ocorreu na festa dos 33 anos do
partido, sábado passado, num hotel em Boa Viagem.
Um encontro festivo para se
discutir até o futuro do partido no Estado, onde o PSB reina absoluto, com as
duas principais chaves do tesouro – a estadual e a da Prefeitura da capital –
foi transformado num grande barraco.
Vaias, gritos, palavras de ordem
como farsa, agressões ao seu presidente e até tapas levaram o PT às manchetes
policiais. Sem um líder forte e convicto, com brigas internas que descampam
para o campo pessoal, o PT pernambucano chegou ao fundo do poço.
Triste, lamentável, mas
verdadeiro. A política é muito dinâmica. Hoje, quem reina, amanhã pode
sucumbir. É uma gangorra! Mas as lideranças petistas certamente perderam essa
percepção. Ninguém se entende, ninguém se respeita, ninguém planeja, ninguém
pensa mais no partido.
O que reina na seara petista é
uma contenda, um teatro entre João Paulo e João da Costa, a criatura que se
rebelou contra o criador. E que, hoje, por um rompimento cujas razões se
conhecem nos subterrâneos, mas não chegam à sociedade por questões óbvias, o PT
vai naufragando, sem rumo e sem documento.
Dramático fim precoce para um
partido que detém no plano nacional o poder e a força de uma liderança tão
popular como Lula. Mas, paradoxalmente, não se renova no Estado.
QUINTA COLUNA?– Na batalha travada entre as correntes de João Paulo
e João da Costa há espaço para tudo. Aliados do senador Humberto Costa, que não
deu as caras na festa dos 33 anos, se preocuparam em difundir a versão de que o
presidente municipal, Oscar Barreto, que ocupa um cargo no Estado, teria ido ao
evento orientado por marqueteiros do PSB para provocar discórdia. Barreto nega
e culpa o ex-prefeito João Paulo por tudo que ali ocorreu.
O presidente estadual do PT, Pedro Eugênio, que
não conseguiu discursar na festa do PT por causa das vaias, não convidou o
ex-prefeito João da Costa para compor a mesa, mas inexplicavelmente fez a
distinção com Cajá, aquele velho militante do MR-8 que assumiu as manifestações
contra a blogueira cubana no Recife.
O troco de Dilma - Reportagem publicada ontem no jornal O Estado de
São Paulo, indicando que as transferências obrigatórias da União caíram
drasticamente na era Dilma em relação ao reinado de Lula, gerou a maior
polêmica com uma quase certeza: o fato de ser pré-candidato a presidente da
República, o governador Eduardo Campos já estaria sofrendo retaliações.
Ex-prefeitos em alta - Vem por aí novas mudanças no segundo escalão
estadual. O governador quer aproveitar em sua equipe prefeitos bem-sucedidos em
suas gestões, como fez com Anchieta Patriota, de Carnaíba, que virou adjunto de
Danilo Cabral em Cidades. Dois nomes já estão certos: Albérico Rocha, ex-prefeito de Iguaracy, e Rogério Leão, ex-prefeito de São José do Belmonte.
Olho grande
O deputado estadual André Campos (PT) chegou a
trabalhar intensamente nos bastidores para ocupar o lugar de Romário Dias no
Tribunal de Contas do Estado. Não tem, entretanto, a menor chance, porque o
governador já bateu o martelo.
O futuro conselheiro será o secretário de
Agricultura, Ranilson Ramos, que deve assumir em final de maio.
CURTAS
REELEIÇÃO– No próximo dia 22, o vereador Biu Farias, da bancada do
PSB na Câmara de Surubim, deve ser reeleito com folga para um novo mandato à
frente da União dos Vereadores de Pernambuco (UVP). Surgiu uma candidatura
dissidente em São José do Egito, mas sem a menor chance de ameaçar a reeleição
de Biu.
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