segunda-feira, 11 de março de 2013

Blog do Magno: Coluna da segunda-feira

No fundo do poço
Longe do poder em Pernambuco, golpeado com a perda da Prefeitura do Recife, o PT deveria aproveitar esta fase para voltar a fazer oposição. Com firmeza e coerência. Tem determinação e experiência na matéria, militância e as ferramentas disponíveis.

Quando quer, ninguém faz oposição melhor do que o PT. Que o diga Roberto Magalhães, Arraes, Joaquim e Jarbas, que governaram com a espada de Dâmocles do PT em suas cabeças.

Mas a derrota para o PSB na capital deixou suas lideranças em parafuso, tontas, desequilibradas, sem rumo. E quando se perde a cabeça acontece o que ocorreu na festa dos 33 anos do partido, sábado passado, num hotel em Boa Viagem.

Um encontro festivo para se discutir até o futuro do partido no Estado, onde o PSB reina absoluto, com as duas principais chaves do tesouro – a estadual e a da Prefeitura da capital – foi transformado num grande barraco.

Vaias, gritos, palavras de ordem como farsa, agressões ao seu presidente e até tapas levaram o PT às manchetes policiais. Sem um líder forte e convicto, com brigas internas que descampam para o campo pessoal, o PT pernambucano chegou ao fundo do poço.

Triste, lamentável, mas verdadeiro. A política é muito dinâmica. Hoje, quem reina, amanhã pode sucumbir. É uma gangorra! Mas as lideranças petistas certamente perderam essa percepção. Ninguém se entende, ninguém se respeita, ninguém planeja, ninguém pensa mais no partido.

O que reina na seara petista é uma contenda, um teatro entre João Paulo e João da Costa, a criatura que se rebelou contra o criador. E que, hoje, por um rompimento cujas razões se conhecem nos subterrâneos, mas não chegam à sociedade por questões óbvias, o PT vai naufragando, sem rumo e sem documento.

Dramático fim precoce para um partido que detém no plano nacional o poder e a força de uma liderança tão popular como Lula. Mas, paradoxalmente, não se renova no Estado.

QUINTA COLUNA?– Na batalha travada entre as correntes de João Paulo e João da Costa há espaço para tudo. Aliados do senador Humberto Costa, que não deu as caras na festa dos 33 anos, se preocuparam em difundir a versão de que o presidente municipal, Oscar Barreto, que ocupa um cargo no Estado, teria ido ao evento orientado por marqueteiros do PSB para provocar discórdia. Barreto nega e culpa o ex-prefeito João Paulo por tudo que ali ocorreu.

Cajá, a estrela
O presidente estadual do PT, Pedro Eugênio, que não conseguiu discursar na festa do PT por causa das vaias, não convidou o ex-prefeito João da Costa para compor a mesa, mas inexplicavelmente fez a distinção com Cajá, aquele velho militante do MR-8 que assumiu as manifestações contra a blogueira cubana no Recife.

O troco de Dilma - Reportagem publicada ontem no jornal O Estado de São Paulo, indicando que as transferências obrigatórias da União caíram drasticamente na era Dilma em relação ao reinado de Lula, gerou a maior polêmica com uma quase certeza: o fato de ser pré-candidato a presidente da República, o governador Eduardo Campos já estaria sofrendo retaliações.

Ex-prefeitos em alta - Vem por aí novas mudanças no segundo escalão estadual. O governador quer aproveitar em sua equipe prefeitos bem-sucedidos em suas gestões, como fez com Anchieta Patriota, de Carnaíba, que virou adjunto de Danilo Cabral em Cidades. Dois nomes já estão certos: Albérico Rocha, ex-prefeito de Iguaracy, e Rogério Leão, ex-prefeito de São José do Belmonte.

Olho grande  
O deputado estadual André Campos (PT) chegou a trabalhar intensamente nos bastidores para ocupar o lugar de Romário Dias no Tribunal de Contas do Estado. Não tem, entretanto, a menor chance, porque o governador já bateu o martelo. 
O futuro conselheiro será o secretário de Agricultura, Ranilson Ramos, que deve assumir em final de maio.

CURTAS

REELEIÇÃO– No próximo dia 22, o vereador Biu Farias, da bancada do PSB na Câmara de Surubim, deve ser reeleito com folga para um novo mandato à frente da União dos Vereadores de Pernambuco (UVP). Surgiu uma candidatura dissidente em São José do Egito, mas sem a menor chance de ameaçar a reeleição de Biu.

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