TITICA DE GALINHA- Dilma perdeu o bonde da história e fez uma
leitura equivocada das manifestações que ganharam as ruas do País. O sistema
político brasileiro é caduco e deve ser mudado, mas não é a prioridade, não
representa o desejo da voz rouca do povo. Quem protesta, em sua grande maioria
arregimentada pelas redes sociais, não sabe nem o que é reforma política.
O povo brasileiro cansou do
atraso sistema de transporte público, de hospitais precários, sem remédios e
médicos. Cansou da péssima qualidade de ensino, da violência que ceifa vidas
inocentes em plena luz do dia.
Cansou de estradas esburacadas,
de planos de saúde caríssimos, de falta de saneamento público. Cansou de taxas
altíssimas de desemprego, de trabalho escravo, de penitenciárias lotadas e de
tantas e tantas mazelas.
A presidente está malhando em
ferro frio. Reforma política não é o mal da raiz dos problemas crônicos. É
parte, mas não é prioridade para o povo. A proposta contendo os temas para a
reforma política sugerida pelo Governo é surrealista, não passa no Congresso,
mesmo em forma de consulta popular aprovada nas urnas.
O Congresso torceu o nariz para o
plebiscito do governo, porque não interessa aos parlamentares, por exemplo,
mexer num sistema que para eles está dando certo, como as coligações
partidárias e o modelo da eleição proporcional sem voto distrital ou misto.
Dilma acha que muda alguma coisa
no país com financiamento público de campanhas? Pelo amor de Deus, quem vai
aceitar que o dinheiro da saúde e da educação sirva também para financiar
políticos em campanha?
A saída para debelar a crise está
errada. Quem fez a cabeça de Dilma tem titica de galinha na cabeça.
PROPOSTA INÓCUA – Se o TSE concluiu, ontem, que o plebiscito só
pode ser feito em setembro e não em agosto, como deseja Dilma, as regras que
porventura venham ser aprovadas não entrariam em vigo para a eleição de 2014
porque qualquer mudança no sistema eleitoral tem que ser aprovada um ano antes
da eleição. Esta posição ficou bem clara ao fim da reunião de todos os
presidentes estaduais de TREs com a presidente do TSE, Carmem Lúcia.
MUDANÇA NO DIÁLOGO - O vereador Wanderson Florêncio, da bancada do
PSDB na Câmara do Recife, integrante da oposição, levou o secretário de
Mobilidade, João Braga, ontem, para o bairro do Totó. E lá, Braga comprovou o
que o parlamentar já havia denunciado da tribuna: o acesso precário ao Alto da
Bela Vista. E de imediato autorizou as obras.
FIM DE MINISTÉRIOS - Ao invés de propor reforma política, a
presidente Dilma poderia fazer, em primeiro lugar, uma faxina interna reduzindo
o número de ministérios, hoje com 37. Tem ministro que até hoje, com dois anos
e meio de Governo, nunca despachou com a presidente. Com 13 ministérios, no
máximo, o país avançaria muito mais em programas sociais, na educação e na
saúde.
FORA DO PDT - O deputado Paulo Rubem Santiago está aguardando apenas
a criação do partido da ex-senadora Marina Silva, a cada dia mais difícil, para
abandonar o PDT. Ex-petista, Paulo Rubem reclama que não tem voz ativa na
legenda pedetista, tanto que na eleição passada não conseguiu apoio do partido
para disputar a Prefeitura do Recife.
UM PASSO ATRÁS
O vice-governador João Lyra Neto deu um timing nas
articulações que vinha fazendo junto aos líderes dos partidos governistas. Lyra
já visitou até o senador Jarbas Vasconcelos para tratar de 2014. Se assumir,
ele tem planos para disputar a reeleição.
Só não tem ainda o aval do
governador.
CURTAS
VOZ CEARENSE – Em viagem pela Europa, o governador Cid Gomes não
apareceu na reunião da executiva do PSB no Recife, mas foi representado pelo
irmão, o ex-ministro Ciro Gomes, presidente estadual da legenda no Ceará e que
teve voz ativa e uma participação destacada no encontro.
EMANCIPAÇÃO – Majoritário em Afogados da Ingazeira, o deputado
Gonzaga Patriota (PSB) usou a tribuna, ontem, para homenagear os 104 anos de
emancipação política do município. A ação de Patriota em favor da cidade se
reveste também em recursos federais, através de emendas de sua autoria ao
orçamento da União.
PERGUNTAR NÃO OFENDE: Por que Lula não dá um pio sobre a crise e o
besteirol do plebiscito?
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