Cidade do Vaticano – O papa
Francisco condenou o “lobby gay” no Vaticano, mas disse que os homossexuais não
devem ser julgados ou marginalizados. Afirmou, ainda, que deseja aprofundar o
papel das mulheres na Igreja, mas rejeitou completamente a ordenação feminina.
“O problema não é ter essa
orientação [homossexual]. Devemos ser irmãos. O problema é fazer lobby por essa
orientação, ou lobbies de pessoas invejosas, lobbies políticos, lobbies maçons,
tantos lobbies. Esse é o pior problema”, disse.
O papa fez essas declarações aos
jornalistas no avião que o levava do Rio de Janeiro – onde esteve durante uma
semana e participou da Jornada Mundial da Juventude, a Roma.
“Vocês veem muito escrito sobre o
lobby gay. Eu ainda não vi ninguém no Vaticano com um documento de identidade a
dizer que é gay”, declarou.
“Se uma pessoa é homossexual e
procura Deus e a boa vontade divina, quem sou eu para julgá-la?”, disse,
referindo-se ao catecismo da Igreja Católica, que “diz que os homossexuais não
devem ser marginalizados por causa de o serem, mas que devem ser integrados à
sociedade”.
Referindo-se ao papel das
mulheres, Francisco afirmou que não é possível “imaginar uma Igreja sem
mulheres ativas”, mas afirmou que a instituição disse “não à ordenação de
mulheres”.“Esta porta foi fechada” por João Paulo II, disse a respeito desse
pedido (da ordenação).
O pontífice declarou que “a
Igreja é feminina, mãe, e a mulher não é somente a maternidade, a mãe de
família” e afirmou desejar “uma teologia aprofundada da mulher” que ainda não
foi realizada.
Interrogado sobre a questão dos
divórcios, o papa desejou que “a reflexão no quadro da pastoral do casamento”
continue, indicando que há oito cardeais nomeados para este fim.“É sempre um
tema. Hoje, chegou o tempo da misericórdia. Uma mudança de tempo”, afirmou.
Segundo o papa, os divórcios podem acontecer, o problema reside “nos segundos
casamentos”.
Sobre o casamento homossexual e o
aborto, o papa disse que a posição da Igreja já é conhecida.
O pontífice também disse que o
Banco do Vaticano, envolvido numa série de escândalos, deve ser “honesto e
transparente” e que vai ouvir as recomendações de uma comissão que criou para
definir se o banco deve ser reformado ou mesmo fechado.
Da Agência Lusa
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