O Plenário pode votar nesta
semana o projeto de lei que torna hediondos vários delitos contra a
administração pública, como corrupção ativa e passiva, concussão, peculato e
excesso de exação.
O Senado aprovou proposta que, se chegar a tempo na Câmara,
será analisada em conjunto com outros projetos sobre o tema já em tramitação na
Casa (PL 3760/04 e apensados)
Se esses crimes se tornarem
hediondos, os futuros condenados não terão mais direito a anistia, graça,
indulto e liberdade sob pagamento de fiança. O acesso à liberdade condicional,
à progressão de regimes e a outros benefícios também será dificultado.
Para ser analisada com mais
celeridade, a matéria precisa da aprovação de requerimento para o regime de
urgência.
Tratamento de homossexuais
Outra matéria polêmica que poderá
entrar na pauta do Plenário é o Projeto de Decreto Legislativo 234/11. O texto
susta os efeitos da resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) que
proíbe os psicólogos de colaborar com serviços voltados ao tratamento e à cura
da homossexualidade. Outro artigo da resolução proíbe esses profissionais de
falar publicamente que a homossexualidade é uma desordem psíquica.
Grupos participantes de
manifestações por todo o País têm protestado contra o projeto. Em reunião na
última quarta-feira (26) com representantes de manifestantes, o presidente da
Câmara, Henrique Eduardo Alves, disse que o assunto será tratado pelo Colégio
de Líderes na terça-feira (2). Se aprovado o regime de urgência, o projeto
poderá ser votado diretamente pelo Plenário no dia seguinte (3). A tendência é
a rejeição da matéria.
O líder do Psol, deputado Ivan
Valente (SP), já preparou um requerimento pedindo a urgência. "É muito
importante votar imediatamente esse projeto, para derrotar todas as propostas
de intolerância, de homofobia, e para mostrar que aqueles que querem
desrespeitar os direitos civis e os direitos humanos precisam se expor para a
opinião pública. E esse é um momento especial, que o povo está na rua."
A proposta, de autoria do
deputado João Campos (PSDB-GO), foi aprovada pela Comissão de Direitos Humanos
e Minorias no dia 18 de junho.
João Campos lamentou a
repercussão negativa do projeto e o apelido que ganhou nas ruas, de "cura
gay". Ele disse que não considera a homossexualidade uma doença.
"Entenderam, aqueles que são contrários, de apelidar o projeto com o nome
pejorativo, como estratégia de derrotá-lo. Porque o projeto não tem uma só
vírgula sobre cura gay", disse Campos.
"Eu faço uma discussão
constitucional, porque entendi que a resolução do Conselho Federal de
Psicologia invadiu área de competência do Poder Legislativo. Aquela matéria, do
meu ponto de vista, não pode ser objeto de resolução, mas de lei. Eu sei que
não é uma patologia, que não é uma doença. Eu queria que me apresentassem, no
Brasil, um homossexual que eu desrespeitei, que eu discriminei", afirmou o
autor do projeto.
Multa do FGTS
Conforme acordo com a oposição,
também está em pauta o Projeto de Lei Complementar 200/12, do Senado, que acaba
com a multa adicional de 10% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) no
caso de demissão sem justa causa.
O projeto está pautado para a
sessão de quarta-feira. Antes disso, na terça-feira, os deputados podem
analisar o Projeto de Lei 5844/13, do deputado Arthur Lira (PP-AL), que
direciona essa multa ao programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, para
subsidiar os empréstimos da Caixa Econômica Federal à população de baixa renda.
Confira outras propostas que podem ser votadas pelo Plenário:
- PEC 207/12, do Senado, que dá
autonomia funcional e administrativa às defensorias públicas da União e do
Distrito Federal;
- PL 6953/02, do Senado, que
estabelece regras de proteção e defesa do usuário dos serviços públicos;
- PEC 190/07, da deputada Alice
Portugal (PCdoB-BA), que concede o prazo de 360 dias para o
Supremo Tribunal
Federal (STF) apresentar ao Congresso Nacional projeto de lei complementar
sobre o Estatuto do Servidor do Judiciário;
- PEC 471/05, do deputado João
Campos (PSDB-GO), que torna titulares os substitutos ou responsáveis por cartórios
de notas ou de registro;
- PEC 57/99, do deputado João
Leão (PP-BA), que institui o Fundo Nacional de Desenvolvimento do Semiárido;
- PEC 111/11, da deputada Dalva
Figueiredo (PT-AP), que permite o enquadramento de servidores dos
ex-territórios de Amapá e Roraima nos quadros da União se estivessem em
exercício no período entre a criação dos estados e sua efetiva instalação;
- PDC 381/99, do ex-deputado José
Borba, que autoriza o uso de terras indígenas na região de São Jerônimo da
Serra (PR) para construção da hidrelétrica de mesmo nome;
- PDC 818/13, do Senado, que
aprova a Política Nacional de Defesa, a Estratégia Nacional de Defesa e o Livro
Branco de Defesa Nacional;
- PLP 92/07, do Executivo, que
permite a criação de fundações públicas de direito privado para áreas como
saúde, assistência social, cultura, meio ambiente e ciência e tecnologia;
- PLP 271/05, do ex-deputado Luiz
Carlos Hauly, que define novas regras para a tributação do ato cooperativo –
negócio jurídico praticado por cooperativa de qualquer grau, em proveito de
seus associados;
- PLP 201/12, do Senado, que
concede aposentadoria especial aos garçons;
- PL 5735/13, do deputado Ilário
Marques (PT-CE) e outros, que muda diversos pontos das leis eleitorais
(minirreforma eleitoral);
- PL 4264/12, do Executivo, que
cria indenização para policiais federais, policiais rodoviários federais e
auditores da Receita Federal em exercício em localidades fronteiriças estratégicas
para prevenção, controle, fiscalização e repressão de delitos;
- PL 2447/07, do Senado, que
institui a Política Nacional de Combate e Prevenção à Desertificação e
Mitigação dos Efeitos da Seca;
- PL 301/07, do deputado Dr.
Rosinha (PT-PR), que tipifica os crimes contra a humanidade, de genocídio e de
guerra para fazer valer a participação do Brasil no Tribunal Penal
Internacional (TPI);
- PL 4428/04, do Senado, que
autoriza a União a criar colégios militares nas cidades de Boa Vista (RR) e Rio
Branco (AC);
- PL 4471/12, do deputado Paulo
Teixeira (PT-SP) e outros, que cria regras para a apuração de mortes e lesões
corporais decorrentes das ações de policiais;
- PL 5013/13, do Senado, que
estabelece normas gerais para a instalação de antenas de telecomunicações (Lei
Geral de Antenas);
- PL 2000/11, do deputado João
Paulo Cunha (PT-SP), que concede anistia aos trabalhadores rurais de Rondônia
punidos no episódio conhecido como "Massacre de Corumbiara";
- PL 4699/12, do Senado, que
regulamenta a profissão de historiador.
Portal da Câmara dos
Deputados
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