Maçons no protesto de quinta: faixa pedia saúde, cultura e
educação, e lembrava importância histórica Foto: Reprodução da Internet
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Rio - As bandeiras que puxam os
protestos nas ruas ainda não estão definidas. Mas o espaço, que pelo menos no
discurso é aberto a todas as tribos, atraiu uma que, até então, sempre se
posicionou na sombra da discrição: a maçonaria. No último protesto no Rio,
quinta-feira, no Centro, eles estavam lá, de terno e gravata, distribuindo
folhetos sobre a organização e segurando uma faixa.
Na véspera, foram ao Instituto de
Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da UFRJ oferecer aos universitários
estrutura física e ajuda para detalhar as pautas de reivindicações.
“Se o movimento está na rua, não
adianta ficarmos dentro do templo. Na realidade atual, ser discreto passa a ser
insignificante. Esse tripé dos protestos — combate à corrupção, melhoria da
Educação e da Saúde — já é defendido por nós há muitos anos”, alegou Claus
Fins, da Academia Maçônica de Estudo (AME).
Manifestação na quinta-feira, no
Centro, reuniu milhares de pessoas de vários grupos e interesses diversos
Nessa linha de uma maçonaria mais
‘popular’, um dos símbolos da instituição, o histórico Palácio do Lavradio, foi
colocado à disposição das lideranças estudantis para debates sobre propostas a
serem cobradas nos protestos e discutidas com o governo.
“Não temos condições de colocar
três mil pessoas lá dentro, mas podemos trazer os que são os elos do movimento.
Temos irmãos (como os maçons se chamam entre si) médicos, ex-secretários,
juristas. Eles podem dar auxílio para que a discussão dos temas seja mais
embasada”, propôs Ary Martins, que é venerável mestre da AME.
A maçonaria não é a primeira
organização a oferecer uma ‘mãozinha’ aos estudantes. Alguns movimentos sociais
já tentaram, em vão. Pelo sim, pelo não, a instituição mantém calibrado o
discurso de ser apartidária — mas não impede que seus membros sejam filiados a
legendas.
“Estamos dando abrigo às causas
levantadas pelo grupo. Queremos nem que seja dar uma força moral”, afirmou
Martins.
Maçons no protesto de quinta:
faixa pedia saúde, cultura e educação, e lembrava importância histórica
Na França, apoio a direito gay de casar
A presença da maçonaria em
manifestações não é uma novidade. Na França, eles são apontados com um dos
grupos fortes que apoiou a aprovação da lei do casamento entre pessoas do mesmo
sexo em meio a uma onda de protestos de ultradireitistas.
A atuação social vem de longa
data. Na lista das participações em tomadas de grandes decisões, os maçons
citam a Abolição da Escravatura, a Independência do Brasil e a Proclamação da
República.
No atual fenômeno que enche as
ruas, não só o grupo do Rio tem participado. Em Rondônia, chegaram a fazer uma
concentração antes de seguirem para ato público.
D. Pedro I teria sido maçom
A Maçonaria é uma instituição
filosófica, filantrópica, educativa e progressista. Estima-se que tenha cerca
de 6 milhões de integrantes hoje. As mulheres são vetadas de filiação. O grupo
reconhece a existência de um único princípio, ao qual se dá o nome de Grande
Arquiteto do Universo.
D. Pedro I, José Bonifácio,
Floriano Peixoto, Prudente de Morais, Campos Salles, Nilo Peçanha, Beethoven,
Mozart e Hugo Chávez teriam sido maçons.
Agência O Dia
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