Rio de Janeiro - O Brasil é um
dos países que assinaram o compromisso internacional da Organização Mundial da
Saúde (OMS) de diminuir o número de casos de mortes por infarto e por acidente
vascular cerebral (AVC), o chamado derrame, em 25% até o ano de 2025.
O diretor de Promoção da Saúde
Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Carlos Alberto
Machado, disse à Agência Brasil que para atingir a meta é preciso conscientizar
a população para a gravidade desses problemas no Brasil. Segundo ele, os dados
de um relatório de 2011 do Ministério da Saúde apontam que anualmente 344 mil
pessoas morrem de doenças cardiovasculares no país.
O médico acrescentou que um
congresso americano, em Indianápolis, mostrou que crianças com sobrepeso têm
duas vezes mais risco de desenvolver hipertensão e, no caso de adultos, o risco
sobe para quatro vezes mais. “É preciso tratar os fatores de risco para evitar
o infarto lá na frente”, ressaltou.
O cardiologista ressaltou a
necessidade de conscientizar a população a ter hábitos sadios como alimentação
mais saudável e evitar o fumo. “Devemos começar o mais cedo possível. A última
Pesquisa de Orçamento Familiar do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística] mostrou que a população está comendo mais carne com gordura. Antes
as crianças brincavam jogando bola.
Hoje elas passam até seis horas
diante do computador e da televisão com videogame”, disse.
Carlos Alberto Machado alertou
que, se nada for feito, o Brasil terá em 2040 o maior número no mundo em mortes
por doenças cardiovasculares, segundo previsão da OMS.
Para conscientizar a população, a
Sociedade Brasileira de Cardiologia está promovendo ações em vários estados
para passar informações sobre os cuidados para evitar essas doenças. No Rio de
Janeiro, as ações ocorrem em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. No município,
segundo a cardiologista Sandra Coelho, a SBC desenvolve um trabalho de rotina
com a população e intensifica os esclarecimentos em datas específicas. No
próximo domingo (29), por exemplo, será comemorado o Dia Mundial do Coração.
“Estamos fazendo palestras e
distribuindo folders em policlínicas e unidades básicas de Saúde, orientando a
população para os riscos de doenças não transmissíveis, porque não são nem
bacterianas e nem virais como a hipertensão e a diabetes”, explicou à Agência
Brasil.
A médica disse ainda que
atualmente Belford Roxo tem 27 mil e 700 pacientes inscritos no Sistema de
Gestão Clínica de Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus da Atenção Básica
(Hiperdia), do Ministério da Saúde. As ações no município antecedem ao 68º
Congresso Brasileiro de Cardiologia, que começa no sábado (28) e segue até o
dia 1º de outubro, no Riocentro, zona oeste do Rio.
Agência Brasil
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