A quantidade de inscritos no
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pulou de 4,03 milhões para 7,11 milhões
entre 2009 e 2013 mas poucos candidatos extras vêm direto da educação básica.
Embora avaliar o ensino médio
fosse o objetivo da prova, quando criada, há 15 anos, 77% dos candidatos desta
edição já estão fora da escola. Útil para vários objetivos - como vestibular de
instituições públicas, acesso a bolsas em particulares, diploma de ensino médio
e intercâmbio pelo Ciência sem Fronteiras - a prova tem atraído cada vez mais
pessoas fora do grupo de concluintes do ensino médio.
Com dois filhos e dois netos,
Brivaldo Maciel sequer passou pelo 3.º ano. Aos 57 anos, vai fazer o Enem para
conseguir o certificado do ensino médio. Motorista de ônibus por mais de 20
anos, parou há dois anos para poder completar os estudos. Seu sonho é ser
aprovado no exame e fazer o curso de Direito. Se não passar, pretende tentar de
novo em 2014.
"Não tenho problema para
desenvolver uma ideia, mas me enrolo com gramática", reconheceu ele, que
divide o tempo entre biscates e aulas em um centro de educação para jovens e
adultos no Recife. Um dos mais velhos da turma, e ganhou o apelido de
"coroa" e "veinho".
Mariana Araújo, de 21 anos,
acreditava que a fase de vestibulares havia ficado para trás quando entrou na
Universidade Federal do Espírito Santo, em 2010. A situação mudou em junho
deste ano, quando a jovem, que cursa Engenharia Civil, soube que o Enem se
tornou obrigatório para o Ciência sem Fronteiras, que dá bolsas a alunos de
graduação e pós no exterior.
Sem opções, após recorrer ao
Ministério da Educação e à Justiça, ela fará o exame para tentar a viagem ao
Reino Unido. "É difícil estudar porque tenho faculdade e estágio. Comecei
há poucos dias." Para ela, as dificuldades são Biologia e Geografia, que
usa pouco na faculdade.
Dicas - Na reta final, a especialista em educação Andrea Ramal
recomenda fazer edições antigas do Enem para ficar mais acostumado com o
formato da prova. Para quem se desdobra em vários processos seletivos, ela diz
que é preciso priorizar o de mais interesse. "Mas, de modo geral, se
estuda bem para um, está preparado para os outros", afirma Andrea.
Agência Estado
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