O Vaticano ordenou nesta
quarta-feira (23) que o bispo alemão acusado de gastar com luxo deixe a diocese
por um "período indeterminado", após o escândalo provocado pelo custo
de sua residência.
Franz-Peter Tebartz-van Elst é
alvo de críticas por seus gostos caros, e sua renúncia era exigida por muitos
alemães.
A decisão, que representa quase
uma demissão, foi tomada contra o bispo de Limburg dois dias após um encontro
dele com o Papa Francisco para discutir o escândalo na Igreja da Alemanha, num
momento em que o pontífice busca ressaltar a importância da humildade e de
servir aos pobres.
Tebartz-van Elst, de 53 anos, foi
acusado de ter realizado a construção de uma onerosa sede episcopal, com museu,
sala de conferências, capela e apartamentos privados.
O projeto, decidido por seu
antecessor, custava 5,5 milhões de euros, mas os gastos da obra aumentaram
notavelmente, alcançando 31 milhões de euros.
Segundo os meios de comunicação
alemães, o religioso gastou para sua banheira pessoal 15 mil euros, sem falar
de uma sala de jantar de 63 metros quadrados de quase 3 milhões de euros.
Em setembro, o Vaticano enviou a
Limburgo o cardeal italiano Giovanni Lajolo, que deve elaborar um relatório.
O caso do "servidor mais
caro de Deus", como foi apelidado, gera muito interesse na Alemanha, país
onde as igrejas se beneficiam de um imposto, razão pela qual gozam de fundos
consideráveis.
A Igreja Católica alemã, entre as
mais ricas do mundo, costuma financiar muitas associações, escolas, missões e
projetos de desenvolvimento.
Desde que foi eleito, Francisco,
que deseja impulsionar uma igreja pobre para os pobres, não tomou medidas
especiais contra o fenômeno, mas aceitou a renúncia de um bispo esloveno
considerado também um esbanjador e se comprometeu a reformar as controversas
finanças internas da Santa Sé.
Do G1, em São Paulo
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