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| Motorista que tem o carro clonado e recebe uma multa pena para resolver a situação |
Obedecer às regras do trânsito e receber multas
inexplicáveis, registradas em lugares onde o motorista sequer esteve, é a maior
evidência de que a placa do carro pode ter sido clonada. E é aí que a dor de
cabeça começa. E, devido à burocracia do Estado, demora para passar. Só este
ano, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) emitiu 103 alertas de
restrição para veículos com suspeita de clonagem de placa em Pernambuco. Embora
esse número não seja tão expressivo, só a vítima sabe o trabalho que dá tentar
resolver o problema.
A clonagem normalmente ocorre quando criminosos usam a placa
de outros carros com características semelhantes para praticar crimes e escapar
das multas. O resultado é que a cobrança vai para o inocente. O historiador
Fernando Cruz sentiu na pele. Em 2009, o Fiat Idea dele levou uma multa de R$
574,62 por circular acima da velocidade máxima no Rio de Janeiro. Poderia ter
sido mais uma das quase 900 mil multas registradas no Detran de Pernambuco este
ano. Mas há um problema: Fernando nunca foi ao Rio com o carro e, no período em
que fora notificado, estava no Recife a trabalho.
Isso faz quatro anos e até hoje ele luta para provar a
inocência. Na época, Fernando fez o processo de praxe. Recorreu ao órgão para
anular a cobrança e reuniu documentos e provas. Mas, até hoje, ainda não teve a
resposta sob a alegação de que o processo continua em análise. Perdeu as contas
de quantas vezes precisou ir ao Detran e acredita que o sistema é falho e
parece ser feito para não funcionar. “É impressionante a inoperância do Detran.
Uma pessoa de dentro do órgão recomendou-me a pagar a multa dizendo que o
assunto dificilmente seria resolvido”, conta Fernando.
Na prática, ele não precisou pagar a multa, mas, se for
vender o veículo, terá de quitá-la para entregar o carro livre de pendências. A
sensação de um assunto mal resolvido e a lembrança do tempo desperdiçado é
grande.
Jornal do Commercio
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