AS SAÍDAS PARA JOÃO LYRA - Político de uma só palavra, sério e
ortodoxo no trato da coisa pública, o vice-governador João Lyra Neto será
retilíneo e não mudará seu comportamento nem sua postura política diante do
governador Eduardo Campos quando assumir o mandato tempão em 4 de abril, mesmo
que não venha a ser escolhido candidato da base governista.
Quem garante é o marqueteiro
Marcelo Teixeira, da Makplan, que tem com o vice uma estreita relação de
amizade e familiar. Experiente estrategista político, Teixeira tem uma opinião
diferenciada em relação ao noticiário sobre o futuro de Lyra.
No seu entender, o
vice-governador está diante de quatro cenários que se apresentam indefinidos,
mas que hoje são reais. O primeiro, que não faz muito o perfil de Lyra, seria
adotar o estilo do ex-governador José Ramos.
Na condição de presidente da
Assembleia, Ramos assumiu o mandato tampão do ex-governador Roberto Magalhães
apenas para cumprir tabela, de forma que chegou a disputar um mandato de
deputado sem sucesso, sendo obrigado a viver um autoexílio no Sertão como
criador de bode.
Teixeira acha que outra opção de
Lyra seria repetir a façanha de Carlos Wilson, vice de Arraes, que governou 11
meses com autonomia e estilo próprio. Terceira alternativa lembrada pelo
marqueteiro seria João Lyra optar por não assumir o Governo e disputar a
eleição proporcional, para não ficar sem mandato.
Neste caso, o mandato tampão de
nove meses seria exercido pelo presidente da Assembleia, Guilherme Uchoa (PDT),
de temperamento e estilo antagônicos ao de Lyra, equação que poderia mais
dissipar do que somar os chamados votos de opinião pelo perfil conservador do
pedetista.
Por fim, Teixeira acha que a
quarta e última opção seria o vice-governador ser apoiado à reeleição por
Eduardo. Esta, entretanto, é uma alternativa que não depende de Lyra, mas única
e exclusivamente do governador.
Com relação a isso, o experiente
marqueteiro avalia que o governador, que argumenta muito bem, pode até afastar
Lyra do páreo por outros motivos, nunca o de que ele é político de carreira e
não se encaixaria no novo que vem sendo pregado por aí.
“O pau que dá em Chico também dá
em Francisco”, brinca Teixeira, para reforçar a tese de que o não político
também arrastaria o governador para a jaula dos leões ao transportar essa
discussão para o plano presidencial.
“Se a escolha recaísse em
técnicos e não políticos, a rigor o governador também estaria fora da disputa
presidencial. Ele teria que colocar Tadeu para governador e Paulo Câmara para
presidente, porque ele é um político de carreira”, explica.
INDELICADEZA – Quando foi receber a cidadania de Olinda, o advogado
Antônio Campos já dava como certo que o vice João Lyra, na solenidade deste o
início, iria falar em nome do Governo, porque estava ali representando Eduardo.
De repente, o secretário Tadeu Alencar chega e diz para o cerimonial que falará
em nome do governador. Até hoje, Lyra guarda entalado a indelicadeza do chefe
da Casa Civil.
A IDADE PESA – Ao comentar, ontem, a entrevista do deputado
Sebastião Oliveira defendendo o nome de Inocêncio Oliveira para vice na chapa
governista, o presidente estadual do PMDB, Dorany Sampaio, disse que o velho
cacique não é exemplo da chamada nova política. “Até pela questão etária”,
observou.
NA DESVANTAGEM – O marqueteiro Marcelo Teixeira entende que nenhuma
pesquisa voltada para testar a preferência da população entre um político ou
outro segmento da sociedade possa dar vantagem ao político. “O desgaste secular
da classe política faz qualquer nome da área perder para um técnico, um médico
ou um padre. Não há novidade nisso”, enfatizou.
CONFISCO PETISTA - Tão logo o Congresso retome as suas atividades,
o presidente da CEF, Jorge Hereda, será convocado para explicar o inexplicável:
a tungada na poupança de 500 correntistas da instituição, o novo escândalo do
Governo petista. Pela legislação vigente, o prazo de prescrição de contas
bancárias é de 25 anos, o que confirma a ilegalidade do ato.
SEM LEGENDA – O deputado Paulo Rubem Santiago tem irritado tanto a
direção estadual do PDT que já tem xiitas ligados ao prefeito de Caruaru, José
Queiroz, que comanda a legenda com mão de ferro, pregando uma punição rigorosa:
a negação da legenda para o parlamentar disputar a reeleição. Queiroz descarta
essa possibilidade. Diz que é um democrata.
CURTAS
EXPULSÃO – Em reunião da sua executiva estadual, o PPS decidiu,
ontem, expulsar dos seus quadros o vereador Jailson Soares de Oliveira Batista,
o Jajá, envolvido no escândalo em Caruaru que levou 10 vereadores à prisão.
SUCESSÃO – Na chegada ontem a São Paulo, de onde embarca, hoje,
para Washington, o governador Eduardo Campos teve uma longa conversa com o
jornalista Élio Gáspari. Na pauta, a sucessão presidencial e os ataques do PT
ao socialista.
PERGUNTAR NÃO OFENDE: Cid Gomes aceita ser ministro depois da
rifada que o PT deu em seu irmão Ciro?
'A justiça do sincero endireitará o seu caminho, mas o perverso pela
sua falsidade cairá'. (Provérbios 11-5)
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