O parecer negativo do Ministério
Público de Pernambuco (MPPE) quanto ao pedido de anulação do júri popular que
absolveu os kombeiros Marcelo e Valfrido Lira em setembro de 2010 é incisivo
com relação à fragilidade das provas apresentadas pela acusação contra os
irmãos Lira.
Por esse motivo, o procurador de Justiça Criminal Gilson Roberto
de Melo Barbosa foi contrário à anulação da decisão do Tribunal do Júri.
O
Diario de Pernambuco teve acesso ao documento que foi encaminhado ao Tribunal
de Justiça de Pernambuco (TJPE) e que está sendo analisado pela 1ª Câmara
Criminal. A decisão sobre um novo julgamento para os suspeitos de matar as
adolescentes Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão deve sair até o fim deste
mês.
A tese defendida pelo então
promotor de Ipojuca, Miguel Sales, desde a finalização do primeiro inquérito
policial, está contemplada no parecer do procurador Gilson Barbosa. Ambos
entedem que todas as provas apresentadas contra Marcelo e Valfrido são fracas
para embasar uma condenação.
No parecer, Barbosa ressalta que todas as perícias
e laudos constantes nos 51 volumes do processo não deixam claro a forma como as
meninas foram assassinadas nem conseguem provar que elas entraram na Kombi dos
Lira ou que foram mortas por eles. Ontem, Sales ressaltou que caso o TJPE
decida por um novo júri popular para os Lira, ele irá fazer a defesa dos
kombeiros. “Temo que eles sejam condenados, caso haja outro júri, e que seja
feita uma grande injustiça”, ponderou Sales.
Livro
O promotor aposentado disse que
aceitou o convite para atuar na defesa dos kombeiros porque, além de acreditar
que os mesmos são inocentes, pretende escrever um livro sobre o Caso Serrambi,
como ficou conhecida a investigação das mortes. As jovens morreram em maio de
2003, depois de saírem de Serrambi para Maracaípe em um passeio de lancha. As
adolescentes se separam do grupo de amigos e desapareceram. Os corpos das duas
só foram encontrados dez dias depois, em adiantado estado de decomposição.
Diario de Pernambuco
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