segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Do blog do Magno Martins: Coluna da segunda-feira

A GRANDE FARSA - Muito grave a denúncia revelada pela revista Veja de que a CPI da Petrobras se constituiu numa fraude, que consistia em passar antes aos investigados as perguntas feitas pelos senadores. A trama está documentada em vídeo. Parlamentares governistas integrantes da CPI fecharam um acordo espúrio para neutralizar os trabalhos e salvaguardar a presidente Dilma.

Com vinte minutos de duração, o vídeo mostra uma reunião entre o chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José Eduardo Sobral Barrocas, o advogado da empresa Bruno Ferreira e um terceiro personagem ainda desconhecido. A reportagem aponta que a gravação de uma reunião foi feita com uma caneta dotada de uma microcâmera.

Foi gravado trechos em que os que iriam depor pedem as perguntas antecipadas dos senadores. A fraude contou com a participação de servidores graduados do Palácio do Planalto, da Petrobras, do PT e até do presidente de uma das mais combativas comissões parlamentares da história recente, o senador Delcídio Amaral (PT-MS), que comandou a CPI dos Correios, investigação que resultou na cassação e prisão de mensaleiros ilustres, como o petista José Dirceu.

Barrocas revela no vídeo que até um “gabarito” foi distribuído para impedir que houvesse contradição nos depoimentos. Sendo assim, o Brasil inteiro foi enganado nas transmissões de televisão que mostraram os convocados sendo bombardeados por questionamentos durante horas, no que parecia uma legítima apuração dos fatos.

No vídeo, uma das falas de Barroso desfaz o mistério, também, de que Cerveró iria contrariar Dilma. Está lá gravado que ele insiste em saber se estava tudo certo para que chegasse às mãos do ex-dirigente da Petrobras as perguntas que lhe seriam feitas na CPI.

Paulo Argenta, assessor especial da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Marcos Rogério de Souza, assessor da liderança do Governo no Senado, e Carlos Hetzel, assessor da liderança do PT no Senado, são citados como peças-chave na tenebrosa transação.

A eles coube fazer muitas das perguntas que alimentariam a cadeia de ilegalidade entre investigados e investigadores.

PROTESTO– “Os únicos que não vão governar com Renan, Sarney e Collor somos nós, eu e Marina”, disse, ontem, o candidato do PSB ao Planalto, Eduardo Campos, ao partir para uma ofensiva em cima do eleitor insatisfeito com a classe política, que tende a anular o voto ou votar em algum candidato pelo simples prazer de protestar. O aumento dos votos em branco e nulos e as abstenções têm esse ingrediente do protesto.

VOTO DESCASADO – Em 2010, em São Paulo, Geraldo Alckmin ganhou no primeiro turno com 51% e o tucano José Serra, candidato ao Planalto, fez 40%. Dilma também não conseguiu atingir o desempenho de Eduardo Campos, na eleição passada. Ele fez para o governo de Pernambuco 82%, 20 pontos a mais que a presidente, que chegou a 61%. O descasamento ocorre porque o brasileiro vota em candidatos e não em partidos.

OBSTÁCULOS À FRENTE – Aliados de Eduardo e Marina, que formam a chapa socialista na corrida ao Planalto, avaliam que o ex-governador pernambucano tem que vencer dois obstáculos. Um deles é a falta de militantes na rua para amarrar o voto. O outro é romper o sentimento de polarização da campanha, de que a disputa é entre a presidente Dilma e Aécio Neves.

COM O DINHEIRO NOSSO – A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) está sendo acusada de fazer um tour romântico pelo mundo, ao lado do namorado Moisés Pinto, funcionário de seu gabinete no Senado. Ela, segundo a revista Época, teria usado recursos da CNA em proveito próprio. Prestes a ser julgada pelo TSE, a senadora pode ser punida por abuso de poder econômico.

FORÇA JOVEM – Candidato a deputado federal pelo PSB, o ex-secretário de Turismo do Recife, Felipe Carreiras, deu, ontem, mais uma demonstração de que sairá das urnas como um dos mais votados. Uma multidão se fez presente na abertura do seu comitê central, que contou com a participação dos candidatos majoritários da Frente Popular – Paulo Câmara e Fernando Bezerra.


CURTAS

VOLTA DE LULA – Cabo eleitoral de Armando, candidato a governador pelo bloco de oposição, o ex-presidente Lula vem ao Estado agora em agosto, tão logo comece o guia eleitoral, e em setembro, na reta final da campanha, segundo o deputado Fernando Ferro (PT).

CONTESTAÇÃO – O prefeito de Garanhuns, Izaías Régis, aliado de Armando, não gostou da análise do cientista político Adriano Oliveira em cima da pesquisa do Instituto Nassau, de que Câmara poderia ser o grande beneficiário com a definição dos indecisos, que são a maioria. “Pela visão dele, Armando não vai atrair nenhum indeciso. É mole!”

PERGUNTAR NÃO OFENDE: O guia não faz mesmo milagres, como disse Jarbas na inauguração do seu comitê?


'Em vindo a soberba, virá também a afronta; mas com os humildes está a sabedoria'. (Provérbios 11-2)

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