sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Pernambucano conta trajetória que o levou à maior nota de matemática do Enem

Ele tem apenas 17 anos, mas já garantiu um futuro e tanto pela frente. Contrariando o desempenho de muitos adolescentes que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2014, o pernambucano Matheus Henrique Martins Costa, do Recife, alcançou a maior média do País na prova de matemática. Ele obteve 973,6 pontos dos mil possíveis na disciplina, cuja média geral dos concluintes do ensino médio caiu 7,3% em comparação com a edição de 2013. Mas os feras de Pernambuco nem precisam se preocupar com a concorrência. Matheus não vai tentar uma vaga nos cursos mais disputados como medicina ou engenharia. O futuro dele é em física. E em Cambrige, Inglaterra.

“Recebi a notícia que tinha sido aprovado um dia antes de sair a nota do Enem, fiquei muito feliz. Conferi minhas notas pela internet, vi que tinham sido boas, mas não imaginava que fosse tanto. Aí, no dia seguinte ,o MEC (Ministério da Educação) divulgou as maiores notas de cada matéria e um amigo meu me mandou pelo WhatsApp, dizendo para conferir se a nota era igual a minha. E era!”, conta Matheus num tom entre graça e surpresa por tantos resultados incríveis.

Mas não é de hoje que o adolescente se dedica para conseguir notas tão altas. Quando era ainda bem pequeno, os pais perceberam o gosto do garoto pelos números e o estimularam através de jogos, revistas e livros sobre o assunto – sem forçar a barra. Com o pai professor de história e sociologia e a mãe professora de letras, não faltaram métodos pedagógicos para fazer com que Matheus tivesse interesse pelos estudos.

Com o passar do tempo, o foco na matemática cedeu espaço para o gosto mais apurado pela física e pela química, que aprendeu no Colégio Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, onde estudou. “Já tinha participado de várias olimpíadas regionais e nacionais de física, química e matemática. É engraçado que já tinha conseguido medalhas em física e química, mas nunca tinha vencido nada em matemática“, observa.

O destaque nas competições abriram os caminhos de Matheus para Cambrige. “Queria muito fazer uma graduação fora. Daí comecei a pesquisar algumas universidades, gostei muito de lá e resolvi tentar”, lembra. Enquanto estudantes da mesma idade e igualmente bons alunos se preparavam para seleções como a do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), por exemplo, o foco de Matheus se manteve na Inglaterra.
Ao longo de 2014 foram muitas provas, entrevistas e papeladas até a última fase, em dezembro, quando Matheus foi até a universidade participar da última entrevista. Já no início de 2015 veio a recompensa: foi aprovado. Como as aulas só começam em outubro, ele vai aproveitar os próximos meses para descansar, deixar toda a sua documentação em ordem e, claro, estudar, para não chegar na universidade “enferrujado”.

Depois de tantos bons resultados, Matheus tem toda a propriedade para falar sobre a matemática, e ele diz que não é tão difícil quanto parece. “O problema é que as pessoas decoram uma fórmula e treinam para resolver um problema com ela. Quando você realmente entende o assunto, e não simplesmente decora, tudo fica mais fácil“, garante. E aí? Anotou a dica?

Blog da Folha.com

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