Ele
tem apenas 17 anos, mas já garantiu um futuro e tanto pela frente. Contrariando
o desempenho de muitos adolescentes que fizeram o Exame Nacional do Ensino
Médio (Enem) de 2014, o pernambucano Matheus Henrique Martins Costa, do Recife,
alcançou a maior média do País na prova de matemática. Ele obteve 973,6 pontos dos
mil possíveis na disciplina, cuja média geral dos concluintes do ensino médio
caiu 7,3% em comparação com a edição de 2013. Mas os feras de Pernambuco nem
precisam se preocupar com a concorrência. Matheus não vai tentar uma vaga nos
cursos mais disputados como medicina ou engenharia. O futuro dele é em física.
E em Cambrige, Inglaterra.
“Recebi
a notícia que tinha sido aprovado um dia antes de sair a nota do Enem, fiquei
muito feliz. Conferi minhas notas pela internet, vi que tinham sido boas, mas
não imaginava que fosse tanto. Aí, no dia seguinte ,o MEC (Ministério da
Educação) divulgou as maiores notas de cada matéria e um amigo meu me mandou
pelo WhatsApp, dizendo para conferir se a nota era igual a minha. E era!”,
conta Matheus num tom entre graça e surpresa por tantos resultados incríveis.
Mas
não é de hoje que o adolescente se dedica para conseguir notas tão altas.
Quando era ainda bem pequeno, os pais perceberam o gosto do garoto pelos
números e o estimularam através de jogos, revistas e livros sobre o assunto –
sem forçar a barra. Com o pai professor de história e sociologia e a mãe
professora de letras, não faltaram métodos pedagógicos para fazer com que
Matheus tivesse interesse pelos estudos.
Com
o passar do tempo, o foco na matemática cedeu espaço para o gosto mais apurado
pela física e pela química, que aprendeu no Colégio Boa Viagem, na Zona Sul do
Recife, onde estudou. “Já tinha participado de várias olimpíadas regionais e
nacionais de física, química e matemática. É engraçado que já tinha conseguido
medalhas em física e química, mas nunca tinha vencido nada em matemática“,
observa.
O
destaque nas competições abriram os caminhos de Matheus para Cambrige. “Queria
muito fazer uma graduação fora. Daí comecei a pesquisar algumas universidades,
gostei muito de lá e resolvi tentar”, lembra. Enquanto estudantes da mesma
idade e igualmente bons alunos se preparavam para seleções como a do Instituto
Tecnológico de Aeronáutica (ITA), por exemplo, o foco de Matheus se manteve na
Inglaterra.
Ao
longo de 2014 foram muitas provas, entrevistas e papeladas até a última fase,
em dezembro, quando Matheus foi até a universidade participar da última
entrevista. Já no início de 2015 veio a recompensa: foi aprovado. Como as aulas
só começam em outubro, ele vai aproveitar os próximos meses para descansar, deixar
toda a sua documentação em ordem e, claro, estudar, para não chegar na
universidade “enferrujado”.
Depois
de tantos bons resultados, Matheus tem toda a propriedade para falar sobre a
matemática, e ele diz que não é tão difícil quanto parece. “O problema é que as
pessoas decoram uma fórmula e treinam para resolver um problema com ela. Quando
você realmente entende o assunto, e não simplesmente decora, tudo fica mais
fácil“, garante. E aí? Anotou a dica?
Blog
da Folha.com
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