Reforma política atrapalhada
E
assim, em meio a grandes impasses, o que a sociedade deseja, que é o fim das
atuas regras eleitorais arcaicas, tende a gerar muita discussão,
desentendimentos e polêmicas que travarão a comissão, não se chegando a lugar
algum. Dois maiores partidos, PT e PMDB, que formam a maioria da comissão, já
não se entendem há muito tempo
A
rigor, desde que o PT conseguiu brecar lá atrás o projeto de reforma política
que, aparentemente, tinha um mínimo de consenso. Os petistas, na verdade,
insistem no financiamento público de campanha e também gostariam de implementar
o voto em lista. Já o PMDB quer o distritão.
Tal
proposta consiste em eleger os deputados mais votados, reeditando o modelo do
projeto justiça eleitoral. Parece justo, mas é um sistema que não agrada à base
do governo, aos pequenos partidos, que julgam pior do que o do voto proporcional
que temos hoje. Entre outros temas, o PMDB resolveu desarquivar a tese do
parlamentarismo, coisa que os petistas, obviamente, rejeitam — ao menos
enquanto eles puderem contar com Lula.
Nascido
sob a inspiração do parlamentarismo, o PSDB está dividido, uma banda ainda se
entusiasma pela ideia, mas outra bate de frente. Quanto ao plebiscito, é mais
provável que acabe ficando pelo meio do caminho, com a possibilidade de a
reforma política, mais uma vez, não dar em nada — considerando a maneira como
veio à luz, seria um destino explicável.
Não
se faz reforma política no joelho, como queria Dilma Rousseff, ou na pressão,
como quer agora o novo presidente da Câmara. Uma mudança dessa importância não
pode atender apenas aos interesses mesquinhos de uma legenda. O
parlamentarismo, se acompanhado do voto distrital, teria tudo para mudar para
melhor a política brasileira, mas será que este é o pensamento do Congresso?
TUCANOS INSTIGAM– Os ministros e assessores da
presidente Dilma estão acompanhando o apelo pelo impeachment nas redes sociais.
Avaliam que ele não tem musculatura e estão convencidos de que o PSDB está
fomentando essa ação. Relatam que setores da base do governo, que se dividiu
nas eleições regionais, estão se reagrupando graças à radicalização dos
tucanos, com força para barrar qualquer movimento.
A IRA DE JOÃO LYRA– O que se ouve em Caruaru é que se a
candidata de João Lyra a prefeita, sua filha Raquel, deputada estadual, não
chegar ao segundo turno e o adversário do candidato apoiado pelo prefeito José
Queiroz for Tony Gel (PMDB), o ex-governador faria uma composição com Gel para
derrotar Queiroz.
SEM QUEIROZ – Já o senador Douglas Cintra
(PTB), cria do prefeito José Queiroz, dificilmente terá o seu apoio se vier a
disputar a Prefeitura na coligação trabalhista a ser viabilizada pelo ministro
Armando Monteiro Neto. Por um motivo muito simples: o candidato de Queiroz terá
o apoio da Frente Popular, tendo Paulo Câmara no palanque.
DEVOLUÇÃO DE ARMAS– O deputado Gonzaga Patriota (PSB)
abriu uma frente em Brasília em defesa dos policiais ferroviários federais que
tiveram suas armas apreendidas numa operação em 2013, que culminou com a prisão
de 23 policiais na estação da Mangueira, no Recife. “Eles continuam
trabalhando, mas não podem fazer mais a segurança, porque estão sem armas”,
alega.
CAÇA AO ARMANDISTA– Os deputados da bancada socialista
querem arrancar o fígado do secretário estadual de Criança e Juventude,
Isaltino Nascimento, pela nomeação do ex-vereador Josenildo Sinésio para secretário-executivo
da sua pasta. Ex-petista, Sinésio migrou para o PTB e foi um dos coordenadores
da campanha de Armando Monteiro a governador.
CURTAS
SUSPEIÇÃO– Corre a toque de caixa, em
ambiente de elevada suspeição, a locação para a Vice-Governadoria do Estado, do
imóvel nº 104, na Av. Rio Branco, com mais de 100 anos de construção e sem
local para estacionamento, antiga sede do Bancoplan. Abram os olhos, órgãos de
controle!
VICE-LÍDER– O deputado Silvio Costa (PSC) foi
escolhido como um dos vice-líderes do Governo na Câmara dos Deputados, devendo
participar, a partir de agora, de reuniões semanais com ministros do núcleo
duro de Dilma e que fazem a interlocução com o Congresso.
PERGUNTAR NÃO OFENDE: Quais os deputados da bancada de
Pernambuco que integrarão a Comissão Especial de Reforma Política?
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