quarta-feira, 11 de março de 2015

TJPE mantém decisão do júri que inocentou irmãos kombeiros no Caso Serrambi

A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decidiu nesta terça-feira (10), por unanimidade, manter a decisão de 1ª instância que absolveu os kombeiros no caso do assassinato de Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão, conhecido como Caso Serrambi. O pedido de anulação do júri que absolveu os kombeiros Marcelo e Valfrido Lira, em setembro de 2010, havia sido apresentado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e pela assistência de acusação.

O MPPE e a assistência entraram com três preliminares na apelação: uma levantada pelo Ministério Público a respeito da não-introdução de uma testemunha no processo, que deveria ter sido ouvida; e outras duas da assistência de acusação – uma a respeito do advogado de defesa dos kombeiros e outra sobre a suposta imparcialidade de um dos membros do júri. Também foi apresentado um pedido a respeito do mérito da questão, quando MPPE e a assistência de acusação argumentaram que a decisão do julgamento teria sido manifestamente contrária às provas dos autos.

Em relação à primeira preliminar, a Câmara entendeu que a testemunha não foi incluída porque o MPPE perdeu o prazo para realizar o pedido. Já em relação ao advogado de defesa, que atuou antes também como acusação, manteve sua tese de que os kombeiros eram inocentes no caso – com isso, os desembargadores julgaram improcedente o pedido. 

Sobre o jurado que teria sido parcial – supostamente comemorando o resultado do julgamento e, com isso, demonstrando proximidade com os réus – a corte entendeu que não há nada que comprove a proximidade. Sobre o mérito da questão, a Câmara entendeu que a decisão não foi manifestamente contrária porque não existiam provas robustas e concretas que apontassem para a autoria dos crimes e que, por isso os jurados, em caso de dúvida, julgaram a favor dos réus. Nas quatro análises, a decisão dos desembargadores contra a anulação foi unânime.

O advogado contratado pela família de Tarsila e assistente de acusação, Bruno Lacerda, disse que agora vão recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). A 1ª Câmara Criminal do TJPE é formada pelos desembargadores Roberto Ferreira Lins; Fausto Campos; e Antônio Carlos Alves da Silva.

Do Folha PE

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