Marca pode ser "manchada" por greve dos professores da rede estadual
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Paulo completará 100 dias de governo esta semana / Aluisio Moreira/Divulgação Governo do Estado |
A gestão Paulo Câmara (PSB)
chegará ao centésimo dia na próxima sexta-feira sob fogo cruzado. Na semana em
que completará cem dias à frente do Estado, o socialista precisará enfrentar
uma paralisação dos professores da rede estadual programada para os dias 8 e 9.
No dia 10, os docentes farão uma assembleia para avaliar a possibilidade de
greve – que seria a primeira do novo governo.
Esses, no entanto, não são os
únicos obstáculos com que Paulo Câmara se deparou desde que tomou posse como
governador no dia 1º de janeiro. De lá para cá, a administração socialista
vivenciou rebeliões em presídios, com mortes de detentos e de um policial,
críticas à Parceria Público-Privada (PPP) da Arena Pernambuco, aumento no
número de homicídios e viu os gastos com a folha de pagamento ultrapassarem o
limite prudencial recomendado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Diante de tantos fatos negativos,
Paulo tentou se movimentar. Foi a Brasília para audiências com ministros na
tentativa de liberar recursos e integrou uma comitiva de governadores do
Nordeste que se reuniu com a presidente Dilma Rousseff (PT) com o mesmo
objetivo. Ele também prosseguiu com as negociações iniciadas por Eduardo Campos
para implantar um centro de distribuição da Toyota em Suape e assinou o
protocolo de intenções que aproxima a multinacional de Pernambuco.
O governador também mostrou
serviço ao autorizar a terceira versão do Fundo Estadual de Apoio ao
Desenvolvimento Municipal (FEM) e o início do Escritório de Projetos, ações que
ajudarão as prefeituras com dinheiro e conhecimento para a captação de
recursos. O FEM 3 foi anunciado em março durante a abertura do 2° Congresso
Pernambucano de Municípios e irá disponibilizar R$ 263 milhões para as
prefeituras empregarem em obras.
Nesses cem dias de gestão, Paulo
também assinou diversas obras de serviço como forma de cumprir a promessa feita
logo após a posse, de que iria priorizar as obras inacabadas das gestões Eduardo
Campos e João Lyra (PSB). Apesar disso, o socialista não conseguiu tirar do
papel alguns compromissos assumidos este ano. Em janeiro, o governador foi a
Goiana, na Mata Norte, e garantiu que a emergência pediátrica do Hospital
Belarmino Correia estaria pronta dentro de 60 dias. O prazo já foi alongado
pela Secretaria de Saúde para 120 dias. Já a inauguração do túnel da Abolição,
no Recife, prevista para março, foi reprogramada por duas vezes e ainda não há
uma data certa para ocorrer.
A ordem no governo é não colocar
foco nos 100 dias de governo. De acordo com o secretário de Planejamento e
Gestão, Danilo Cabral, a preocupação do governador é muito mais em resolver os
problemas do Estado nos quatro anos que terá pela frente.
TRABALHO VAI ATÉ A MADRUGADA
Em 1951, quando governou o Brasil
pela terceira vez, o então presidente Getúlio Vargas criou um grupo de trabalho
paralelo ao ministério que ficou conhecido como “boêmios cívicos”. A
denominação se dava pelo fato dos auxiliares do presidente trabalharem até boa
parte da madrugada. Algumas décadas depois, Paulo Câmara (PSB) também tem os
seus “boêmios cívicos” e ele mesmo pode ser considerado parte do grupo.
Desde 1º de janeiro, a rotina de
Paulo tem sido a de chegar cedo ao Palácio do Campo das Princesas e sair tarde.
Pessoas próximas ao socialista afirmam que ele deixa a sede do governo no
mínimo às 21h. O normal, no entanto, é o horário de trabalho se estender até a
madrugada, o que vale também para o “núcleo duro” da gestão: Casa Civil,
Administração, Fazenda, Planejamento e Assessoria Especial.
Em um dia considerado normal no
Palácio do Campo das Princesas, Paulo costuma conceder audiências até às 21h.
Depois desse horário, segundo uma fonte socialista, vem o momento que o
governador mais gosta. “Após atender as pessoas, ele fala: agora vou trabalhar,
pegar nos números, nas contas”, detalha um governista.
Outra fonte próxima ao governador
afirma que as principais características de Paulo no trato com os auxiliares
são a objetividade e leveza. O socialista não gosta de perder tempo em
conversas e também não costuma levantar a voz por mais que o assunto em
discussão seja espinhoso. Essa tranquilidade é apontada como um diferencial em
relação ao ex-governador Eduardo Campos, conhecido pelas cobranças veementes
aos secretários com direito a murros na mesa e gritos.
Jornal do Commercio
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