Um dos políticos mais importantes
do País, que ao longo de mais de 50 anos de atividade pública ininterrupta
ocupou praticamente todos os cargos que alguém possa almejar, de deputado
estadual a presidente da República (no caso dele em exercício, substituindo
FHC), Marco Maciel está sumido.
Há muito tempo não aparece em
público. Sua última eleição que disputou foi em 2010, não conseguindo a
reeleição de senador. De lá para cá, o atuante Maciel, que viveu sua fase mais
destacada no cenário nacional como vice-presidente de Fernando Henrique
Cardoso, eleito no pleito de 1994 e reeleito em 1998, foi saindo de cena aos
poucos e ultimamente desapareceu de vez.
Não porque quis, mas por questões
de saúde. Maciel desenvolveu a síndrome de Alzheimer e faz tratamento em
Brasília, ao lado da família, onde passou a fixar residência depois do
insucesso eleitoral na tentativa de renovar o mandato de senador. Familiares e
amigos ouvidos pelo blogueiro confirmaram que, infelizmente, o estágio da
doença, caracterizada pela perda da memória, se encontra avançado, deixando o
ex-senador isolado da cena política.
Habilidoso político, craque na
articulação, Maciel talvez tenha sido o político que viveu por dentro e por
fora os bastidores mais ricos do processo de redemocratização do País. Foi
Maciel que, após a vitória de Paulo Maluf sobre Mário Andreazza, em 1984, na
convenção do PDS, abriu uma dissidência no partido, criando a Frente Liberal,
embrião do PFL, em apoio à candidatura vitoriosa de Tancredo Neves no Colégio
Eleitoral.
Maciel era o nome preferido de
Tancredo para seu vice, mas partiu dele a articulação para consolidar o nome de
José Sarney, que pertencia ao PMDB, legenda que não poderia ficar fora da
chapa. Filho de José do Rego Maciel e Carmen Sílvia Cavalcanti de Oliveira,
Marco Maciel formou-se em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco
atuando depois como advogado.
Quando nos bancos universitários
iniciou sua vida pública ao ser eleito presidente da União Metropolitana dos
Estudantes de Pernambuco, em 1963, realizando uma gestão que o levaria a romper
com a cúpula da União Nacional dos Estudantes. A eleição para a UME contou com
o apoio financeiro do IPES - Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais,
organização de direita criada no fim de 1961.
Nos anos vindouros Marco Maciel
se filiaria a ARENA, partido que apoiava o regime de ditadura militar então
instaurado, e passaria a atuar na política partidária na qual estreou em 1966
ao se eleger deputado estadual e a seguir deputado federal nos anos de 1970 e
1974.
No decurso de seu segundo mandato
foi eleito presidente da Câmara dos Deputados em março de 1977, para o biênio
1977/1979, e em sua gestão o presidente Ernesto Geisel decretou o recesso do
Congresso Nacional, através do Ato Complementar 102 em 1º de abril de 1977 com
o intuito de aprovar a reforma judiciária que fora rejeitada pelo parlamento
que seria reaberto em 14 de abril após a outorga de duas emendas
constitucionais e de seis decretos-leis regulamentando a reforma do judiciário
e a reforma política, esta última caracterizada pela instituição dos chamados
senadores biônicos.
Contrário à supressão das prerrogativas
do Congresso Nacional, Marco Maciel não tomou parte nas cerimônias que marcaram
a vigência das medidas baixadas pelo Poder Executivo, mas fiel ao seu estilo
discreto não polemizou a respeito do assunto e em sinal de reconhecimento por
sua postura foi indicado governador biônico de Pernambuco pelo próprio Geisel,
em 1978.
Ao longo de sua gestão, Marco
Maciel montou uma equipe de técnicos e políticos que cerraram fileiras nas
eleições de 1982 quando o PDS pernambucano obteve um apertado triunfo contra os
oposicionistas do PMDB tendo à frente o senador Marcos de Barros Freire, então
candidato a governador, derrotado por Roberto Magalhães, que era vice de
Maciel.
Eleito senador naquele ano,
Maciel teve seu nome lembrado como uma das alternativas civis à sucessão do
presidente João Figueiredo em face, sobretudo, de sua grande capacidade de
articulação. Chegou a percorrer o País como pré-candidato ao Planalto na eleição
do Colégio Eleitoral, mas como o partido escolheu Maluf em convenção, Maciel
apoiou Tancredo Neves.
NEGÓCIO DA CHINA - A fusão com o PSB é um grande negócio para o
PPS. O PSB é cinco vezes maior, mas o PPS terá um terço dos cargos de direção
partidária. “Na negociação o PPS ficará com 30% da direção”, conta o senador
Antônio Carlos Valadares (SE). Por isso, mesmo sem abrir o verbo, parlamentares
socialistas fazem reservas ao acordo. Alegam que 30% do PPS, com uma minoria de
20% do PSB, mudariam a correlação de forças interna.
PATROCÍNIO GARANTIDO – O prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT),
disse que não sabe ainda como será a participação do Estado, mas já acertou com
o governador Paulo Câmara o apoio para realização do São João, que não será
encurtado por causa da crise. “Não podemos reduzir um evento que movimenta R$
200 milhões na economia do município”, alega.
SUFRAMA E SUDENE – O ministro Eduardo Braga (Minas e Energia)
ganhou a parada contra o governador do Amazonas, José Melo, do PROS. Braga, que
é do PMDB, do vice Michel Temer, vai nomear o superintendente da Suframa (Zona
Franca de Manaus). Ele indicou para o cargo a ex-deputada Rebecca Garcia, do
PP. Ela foi candidata a vice na sua chapa para o governo. Para a Sudene irá o ex-deputado
petista João Paulo.
BOM DE BRIGA – O desabafo de Lula sobre a reportagem da revista
Época na qual revela que ele está envolvido em novo escândalo: "Essas
revistas brasileiras são um lixo, não valem nada. Convoquem um congresso de
empresários e dá um prêmio para citar o meu nome. Oferece quem dá mais. Quem
sabe seja mais fácil resolver o problema”. Lula disse ainda que conheceu vários
grupos de comunicação falidos e que não se negou a ajudá-los. Por fim, fez um
desafio: “Não me chame pra briga, porque eu sou bom de briga e eu gosto dessa
briga".
LEVY, ESPERANÇA NORDESTINA – Os governadores do Nordeste esperam
que a ida do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ao encontro de Natal, no
próximo dia 8, possa servir para destravar os pleitos que encaminharam em
conjunto a presidente Dilma na última reunião ocorrida em Brasília. A pauta é
eminentemente econômica, passa pela rolagem da dívida dos Estados e por
liberação emergencial de dinheiro para o combate à seca.
CURTAS
VIOLÊNCIA– A onda de arrombamentos a caixas eletrônicos de bancos
no Sertão chegou com intensidade ao Sertão. Ontem, pela madrugada, o caixa do
BB de Flores foi detonado e a polícia ainda não tem noção do paradeiro dos
bandidos.
MARCHA– O prefeito de Cumaru, Eduardo Tabosa (PSD), é um dos braços
fortes da Federação Nacional dos Prefeitos na organização da Marcha dos
Prefeitos que está marcada para o final do mês em Brasília. De Pernambuco,
segundo ele, irão mais de 60 prefeitos.
PERGUNTAR NÃO OFENDE: Lula começou, ontem, a sua campanha para
2018?
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