sábado, 2 de maio de 2015

Blog do Magno Martins:Coluna do sabadão


DOENÇA TIRA MACIEL DE CENA

Um dos políticos mais importantes do País, que ao longo de mais de 50 anos de atividade pública ininterrupta ocupou praticamente todos os cargos que alguém possa almejar, de deputado estadual a presidente da República (no caso dele em exercício, substituindo FHC), Marco Maciel está sumido.

Há muito tempo não aparece em público. Sua última eleição que disputou foi em 2010, não conseguindo a reeleição de senador. De lá para cá, o atuante Maciel, que viveu sua fase mais destacada no cenário nacional como vice-presidente de Fernando Henrique Cardoso, eleito no pleito de 1994 e reeleito em 1998, foi saindo de cena aos poucos e ultimamente desapareceu de vez.

Não porque quis, mas por questões de saúde. Maciel desenvolveu a síndrome de Alzheimer e faz tratamento em Brasília, ao lado da família, onde passou a fixar residência depois do insucesso eleitoral na tentativa de renovar o mandato de senador. Familiares e amigos ouvidos pelo blogueiro confirmaram que, infelizmente, o estágio da doença, caracterizada pela perda da memória, se encontra avançado, deixando o ex-senador isolado da cena política.

Habilidoso político, craque na articulação, Maciel talvez tenha sido o político que viveu por dentro e por fora os bastidores mais ricos do processo de redemocratização do País. Foi Maciel que, após a vitória de Paulo Maluf sobre Mário Andreazza, em 1984, na convenção do PDS, abriu uma dissidência no partido, criando a Frente Liberal, embrião do PFL, em apoio à candidatura vitoriosa de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral.

Maciel era o nome preferido de Tancredo para seu vice, mas partiu dele a articulação para consolidar o nome de José Sarney, que pertencia ao PMDB, legenda que não poderia ficar fora da chapa. Filho de José do Rego Maciel e Carmen Sílvia Cavalcanti de Oliveira, Marco Maciel formou-se em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco atuando depois como advogado.

Quando nos bancos universitários iniciou sua vida pública ao ser eleito presidente da União Metropolitana dos Estudantes de Pernambuco, em 1963, realizando uma gestão que o levaria a romper com a cúpula da União Nacional dos Estudantes. A eleição para a UME contou com o apoio financeiro do IPES - Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais, organização de direita criada no fim de 1961.

Nos anos vindouros Marco Maciel se filiaria a ARENA, partido que apoiava o regime de ditadura militar então instaurado, e passaria a atuar na política partidária na qual estreou em 1966 ao se eleger deputado estadual e a seguir deputado federal nos anos de 1970 e 1974.

No decurso de seu segundo mandato foi eleito presidente da Câmara dos Deputados em março de 1977, para o biênio 1977/1979, e em sua gestão o presidente Ernesto Geisel decretou o recesso do Congresso Nacional, através do Ato Complementar 102 em 1º de abril de 1977 com o intuito de aprovar a reforma judiciária que fora rejeitada pelo parlamento que seria reaberto em 14 de abril após a outorga de duas emendas constitucionais e de seis decretos-leis regulamentando a reforma do judiciário e a reforma política, esta última caracterizada pela instituição dos chamados senadores biônicos.

Contrário à supressão das prerrogativas do Congresso Nacional, Marco Maciel não tomou parte nas cerimônias que marcaram a vigência das medidas baixadas pelo Poder Executivo, mas fiel ao seu estilo discreto não polemizou a respeito do assunto e em sinal de reconhecimento por sua postura foi indicado governador biônico de Pernambuco pelo próprio Geisel, em 1978.

Ao longo de sua gestão, Marco Maciel montou uma equipe de técnicos e políticos que cerraram fileiras nas eleições de 1982 quando o PDS pernambucano obteve um apertado triunfo contra os oposicionistas do PMDB tendo à frente o senador Marcos de Barros Freire, então candidato a governador, derrotado por Roberto Magalhães, que era vice de Maciel.

Eleito senador naquele ano, Maciel teve seu nome lembrado como uma das alternativas civis à sucessão do presidente João Figueiredo em face, sobretudo, de sua grande capacidade de articulação. Chegou a percorrer o País como pré-candidato ao Planalto na eleição do Colégio Eleitoral, mas como o partido escolheu Maluf em convenção, Maciel apoiou Tancredo Neves.

NEGÓCIO DA CHINA - A fusão com o PSB é um grande negócio para o PPS. O PSB é cinco vezes maior, mas o PPS terá um terço dos cargos de direção partidária. “Na negociação o PPS ficará com 30% da direção”, conta o senador Antônio Carlos Valadares (SE). Por isso, mesmo sem abrir o verbo, parlamentares socialistas fazem reservas ao acordo. Alegam que 30% do PPS, com uma minoria de 20% do PSB, mudariam a correlação de forças interna.

PATROCÍNIO GARANTIDO – O prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT), disse que não sabe ainda como será a participação do Estado, mas já acertou com o governador Paulo Câmara o apoio para realização do São João, que não será encurtado por causa da crise. “Não podemos reduzir um evento que movimenta R$ 200 milhões na economia do município”, alega.


SUFRAMA E SUDENE – O ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) ganhou a parada contra o governador do Amazonas, José Melo, do PROS. Braga, que é do PMDB, do vice Michel Temer, vai nomear o superintendente da Suframa (Zona Franca de Manaus). Ele indicou para o cargo a ex-deputada Rebecca Garcia, do PP. Ela foi candidata a vice na sua chapa para o governo. Para a Sudene irá o ex-deputado petista João Paulo.

BOM DE BRIGA – O desabafo de Lula sobre a reportagem da revista Época na qual revela que ele está envolvido em novo escândalo: "Essas revistas brasileiras são um lixo, não valem nada. Convoquem um congresso de empresários e dá um prêmio para citar o meu nome. Oferece quem dá mais. Quem sabe seja mais fácil resolver o problema”. Lula disse ainda que conheceu vários grupos de comunicação falidos e que não se negou a ajudá-los. Por fim, fez um desafio: “Não me chame pra briga, porque eu sou bom de briga e eu gosto dessa briga".

LEVY, ESPERANÇA NORDESTINA – Os governadores do Nordeste esperam que a ida do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ao encontro de Natal, no próximo dia 8, possa servir para destravar os pleitos que encaminharam em conjunto a presidente Dilma na última reunião ocorrida em Brasília. A pauta é eminentemente econômica, passa pela rolagem da dívida dos Estados e por liberação emergencial de dinheiro para o combate à seca.



CURTAS

VIOLÊNCIA– A onda de arrombamentos a caixas eletrônicos de bancos no Sertão chegou com intensidade ao Sertão. Ontem, pela madrugada, o caixa do BB de Flores foi detonado e a polícia ainda não tem noção do paradeiro dos bandidos.

MARCHA– O prefeito de Cumaru, Eduardo Tabosa (PSD), é um dos braços fortes da Federação Nacional dos Prefeitos na organização da Marcha dos Prefeitos que está marcada para o final do mês em Brasília. De Pernambuco, segundo ele, irão mais de 60 prefeitos.


PERGUNTAR NÃO OFENDE: Lula começou, ontem, a sua campanha para 2018?

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