domingo, 8 de janeiro de 2012

Religião: Papa anuncia consistório em fevereiro para ordenação de 22 cardeais


Da AFP Paris
     
O papa Bento XVI anunciou sexta-feira na Praça São Pedro a realização de um consistório dia 18 de fevereiro, no qual serão ordenados 22 cardeais - entre eles o monsenhor brasileiro João Braz de Aviz -, 18 dos quais serão eleitores que deverão votar para nomear seu sucessor durante um conclave.

Este será o quarto consistório de Joseph Ratzinger em seus sete anos de pontificado, depois dos de 2006, 2007 e 2010, e ele entregará o capelo cardinalício - que simboliza a fidelidade à Igreja até o martírio - a 16 prelados europeus, dois americanos, um canadense, um brasileiro, um indiano e um chinês de Hong Kong.

O monsenhor brasileiro João Braz de Aviz, de 64 anos é prefeito da Congregação para os Institutos da Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica.

Bento XVI, que fará 85 anos em abril, fez o anúncio de uma das janelas de seus aposentos depois de uma missa de várias horas para celebrar a Epifania, que lembra os cristãos da visita dos reis magos ao menino Jesus.

As novas ordenações de cardeais eleva a 214 o número de membros do Sagrado Colégio e a 125 os eleitores em caso de conclave.

Entre os eleitos há quatro prelados com mais de 80 anos que não poderão votar no conclave.


As nomeações não causaram grandes surpresas já que muitos ocupavam postos episcopais importantes e eminentes na Cúria - o governo da Igreja -, que abre as portas para a designação suprema.

No total, dez prelados da Curia receberão o capelo cardinalício. Dos 125 cardeais que compõem o Sagrado Colégio, 63 foram criados por Ratzinger, enquanto os outros 62 foram nomeados por João Paulo II.

O Papa alemão reforça o peso da Igreja italiana ao nomear sete cardeais italianos, aumentando para 30 os eleitores no conclave procedentes da Itália.

Alguns lamentaram essa desproporção já que aumentam as possibilidades de que o próximo Papa seja italiano, depois que Paulo VI e João Paulo II ampliaram o Sagrado Colégio.

Os europeus continuam ostentando uma ampla maioria com 67 cardeais, entre os quais há seis alemães, cinco espanhóis, quatro franceses e quatro poloneses.

Depois da Europa, os demais continentes não mostram o mesmo peso: a América Latina tem 22 cardeais - entre eles seis brasileiros e quatro mexicanos-, a América do Norte conta com 15 - dos quais 12 são americanos-, enquanto há 11 africanos, 9 asiáticos e um da Oceania.

Antes de anunciar os nomes dos novos cardeais, o Papa destacou a "nova evangelização" de antigas nações cristãs, sobretudo européias, uma prioridade para Bento XVI.

"A civilização ocidental parece ter perdido o rumo e navega à vista, mas a Igreja, graças às palavras de Deus, vê através da névoa", afirmou.

Entre os nomeados estão o monsenhor Timothy Michael Dolan, arcebispo de Nova York, muito crítico em relação ao casamento homossexual e o aborto nos Estados Unidos, o bispo de Hong Kong, John Tong Hon e o monsenhor Giuseppe Versaldi, presidente da Prefeitura de Assuntos Econômicos da Santa Sé.

O novo patriarca da Igreja maronita, monsenhor Beshara Rai, não aparece na lista de nomeados, depois de ter se mostrado compreensivo com o regime sírio de Bashar al-Assad.

Com essas nomeações, o Sagrado Colégio supera em cinco cardeais o número estabelecido por Paulo VI.

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