Da
Agência O Globo
imagem: oglobo.globo.com |
O Banco Mundial anunciou nesta sexta-feira (24), a criação de uma aliança mundial para melhor gerenciar e proteger os oceanos do planeta, sob a ameaça da pesca exagerada, poluição e mudanças climáticas. O presidente da instituição, Robert Zoellick, lembrou que os mares são o sangue da vida da Terra e da economia global, mas sofre com a superexploração, costas degradadas e seus corais e recifes estão em risco.
"Precisamos de um novo SOS: salvem nossos mares (em inglês, ′save our seas”), pediu durante conferência sobre a conservação dos oceanos em Cingapura.
Segundo Zoellick,
a ideia é unir países, centros científicos, organizações internacionais e não
governamentais, fundações e o setor privado em um parceria ampla. Já o Banco
Mundial auxiliaria o esforço com seus já existentes programas de apoio à
preservação dos oceanos e na obtenção de financiamento, ajudando a desenvolver
um mecanismo para dar um valor aos benefícios fornecidos pelos mares. A
princípio, a instituição comprometeria pelo menos US$ 300 milhões na formação
da aliança.
"Mas
trabalhando com os governos, a comunidade científica, a sociedade civil e a
iniciativa privada, pretendemos levantar até US$ 1,2 bilhão para apoiar o uso
sustentável dos oceanos", acrescentou.
Milhões de pessoas
dependem dos oceanos para trabalhar e se alimentar e essa dependência vai
crescer a medida que o mundo caminha para uma população de 9 bilhões de
pessoas, o que destaca a necessidade de seu melhor gerenciamento. De acordo com
Zoellick, um dos principais focos para isso é compreender o valor total das
riquezas e dos serviços ambientais prestados por eles.
Os oceanos são a
principal fonte de oxigênio do planeta, ajudam a regular o clima e as suas formações
costeiras protegem áreas povoadas de tempestades e outros desastres naturais,
benefícios geralmente tidos como certos.
"Qualquer que
seja o recurso, é impossível montar um plano para gerenciá-lo e desenvolvê-lo
sem saber o seu valor", destacou o presidente do Banco Mundial.
Outro objetivo da
aliança é ajudar a reconstruir os estoques pesqueiros do planeta, já que cerca
de 85% das áreas de pesca dos oceanos estão classificadas como totalmente
exploradas, superexploradas ou até mesmo esgotadas.
"É preciso
aumentar os ganhos líquidos da pesca para entre US$ 20 bilhões e US$ 30 bilhões
anuais. Atualmente, estimamos que a indústria pesqueira opera com um prejuízo econômico de US$ 5
bilhões por ano", indicou Zoellick.
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