Do O Globo
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RIO - Apesar de ainda ser experimental,
a terapia com células-tronco (estimulam a regeneração de tecidos), uma técnica
complexa, tem trazido bem-estar e apresentado, em alguns estudos, bons
resultados em casos sem qualquer perspectiva de melhora, como doenças
cardiovasculares e neurológicas graves, diabetes e perda de visão.
Nos Estados Unidos, cientistas já
testam células embrionárias para tratar paralisia e cegueira.
No Brasil, a maioria das pesquisas
clínicas usa células-tronco adultas.Mesmo preliminares, os resultados animam
cientistas. Num avanço promissor para infartados, médicos do Instituto do
Coração Cedars-Sinai anunciaram, há duas semanas, que reduziram pela metade uma
área destruída do coração, reinjetando nele células-tronco cardíacas retiradas
do órgão do próprio paciente e multiplicadas em laboratório.
Apesar de o experimento não ter
recuperado a capacidade cardíaca dos pacientes, a notícia foi comemorada,
inclusive por cientistas do Brasil, que avaliam a terapia com células-tronco em
diversas especialidades.
Para o médico Antônio Carlos Campos de
Carvalho, coordenador de Ensino e Pesquisa do Instituto Nacional de Cardiologia
e do Estudo Multicêntrico Randomizado de Terapia Celular em Cardiopatias, do
Ministério da Saúde, é cedo para saber se a terapia funcionará em todos os
cardíacos, mas os dados iniciais são animadores. No Brasil, médicos retiram
células-tronco aspiradas da medula óssea, na região do ilíaco (bacia), e as
injetam nas artérias coronárias ou no músculo cardíaco, como fizeram os
americanos. A estimativa é testar esta terapia em 1.200 pacientes inicialmente.
Os primeiros dados serão publicados ainda este ano.
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— Passamos da fase 1, de avaliação de
segurança, e iniciamos a 2, para saber a eficácia da terapia. Em doentes de
Chagas, não houve melhora. Para infarto, ainda recrutamos pacientes. No mundo,
alguns estudos mostram benefícios e outros não. E a Europa está iniciando uma
pesquisa maior, com três mil pacientes que sofreram infarto, para avaliar se a
terapia celular reduz a mortalidade — diz o também professor do Instituto de
Biofísica da UFRJ.
Atual secretário de Saúde e Defesa
Civil do município do Rio, o cardiologista Hans Dohmann coordenou o primeiro
ensaio com células-tronco em terapia cardíaca no país (do qual participou
Nélson Águia), ao lado de Radovan Borojevic. Agora, é responsável pelo grupo de
infarto no estudo nacional (143 pacientes), e acredita que os benefícios serão
maiores para casos crônicos graves, em que os doentes não têm condições de
receber transplante.
Também a ortopedia tem conseguido bons
resultados com o uso de células-tronco do próprio paciente para tratar fraturas
de ossos longos, como o fêmur, que não se curam ou demoram a se consolidar.
Ortopedistas da UFF, liderados por Vinícius Schott Gameiro, avaliam a técnica
na Unidade de Pesquisa Clínica do Hospital Universitário Antônio Pedro.
Na prática, a área mais beneficiada até
agora é a dermatologia. A terapia celular tem sido usada em clínicas para
melhorar a qualidade da pele envelhecida, no preenchimento de rugas, sulcos e
cicatrizes de acne.
Nestes casos, a terapia consiste na
extração de fibroblastos (produtores de colágeno e elastina), a partir de uma amostra
de pele ou gordura, e em sua reinjeção na derme, explica a dermatologista Paula
Bellotti, que trabalha com o Laboratório Excellion e com o professor Radovan
Borojevic, titular do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ.
Um comentário:
células tronco embrionarias é um crime de aborto.
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