Do G1 SP
Réu falou que estava ouvindo
'anjinho' e 'capetinha' e que o último vencia. Júri do caso Eloá entrou no
segundo dia nesta terça (14).
Réu falou que estava ouvindo
'anjinho' e 'capetinha' e que o último vencia. Júri do caso Eloá entrou no
segundo dia nesta terça (14).
imagem: maiscomunidade.com |
O delegado
Sérgio Luditza, que investigou o caso Eloá, disse na tarde desta terça-feira
(14), no julgamento de Lindemberg Alves, acusado de matar a garota em Santo
André, no ABC,que uma frase do acusado foi o "estopim" para a invasão
da PM ao apartamento. As negociações foram comandadas pelo Grupo de Ações
Táticas Especiais (Gate).
Segundo
ele, Lindemberg disse que estava "ouvindo um anjinho e um capetinha e o
capetinha estava vencendo". Luditza afirmou que o caso teve uma
reviravolta nos últimos 30 minutos. "Estava tudo caminhando para a
libertação dos reféns", disse.
Antes
dele, o perito Hélio Rodrigues Ramacciotti, responsável pelos laudos do
Instituto de Criminalística (IC), também prestou depoimento. Ele disse que é
possível dizer que não houve disparos de arma calibre 40 (usada por policiais
em São Paulo) no apartamento. “Se houvesse disparos de ponto 40, as lesões
seriam muito superiores”, afirmou. “Se fosse uma arma ponto 40, Nayara não
estaria viva.”
Bate-boca
A advogada Ana Lúcia Assad, defensora de Lindemberg Alves, bateu boca com a juíza Milena Dias na tarde durante o depoimento da perita criminal Dairse Aparecida Pereira Lopes. Lindemberg começou a ser julgado nesta segunda (13) no Fórum de Santo André.
A advogada Ana Lúcia Assad, defensora de Lindemberg Alves, bateu boca com a juíza Milena Dias na tarde durante o depoimento da perita criminal Dairse Aparecida Pereira Lopes. Lindemberg começou a ser julgado nesta segunda (13) no Fórum de Santo André.
Ana Lúcia
Assad reclamou de um ponto técnico durante o depoimento, afirmando que havia um
número errado no processo. A juíza disse que não cabia à defesa fazer tal
questionamento no momento. Indignada, a advogada disse que queria apenas a
"verdade". A juíza voltou a dizer que ela ia ter a oportunidade de
falar isso nos debates e que esse não era o "conceito".
Advogada Ana Lúcia Assad para a
juíza Milena Dias
Foi,
então, que a advogada disse: "Você precisa voltar a estudar". A
promotora Daniela Hashimoto saiu em defesa da juíza e disse para ela
"tomar cuidado", que estava desacatando e ameaçou processá-la. A
juíza, no entanto, determinou que o julgamento proseguisse.
O júri foi
retomado às 14h desta terça no Fórum de Santo André, após o intervalo para
almoço. Antes da perita, foram ouvidos os jornalistas Rodrigo Hidalgo e Márcio
Campos.
Os dois
disseram que nos contatos feitos entre a polícia e o acusado ele não apresentou
exigências e se mostrou disposto a matar Eloá. Questionados sobre uma influência
da imprensa do desfecho, ambos afirmaram ainda que em nenhum momento
jornalistas fizeram qualquer tipo de provocação nem incitaram Lindemberg a
cometer um ato violento.
Hidalgo
disse ainda que os jornalistas foram pegos de surpresa com a invasão ao apartamento,
pois a polícia havia convocado uma entrevista coletiva no horário.
A advogada
Ana Lúcia Assad pediu pela manhã que a mãe da vítima, Ana Cristina Pimentel,
não fosse ouvida durante o julgamento. Nesta segunda (13), a própria advogada
havia arrolado a mãe de Eloá e o irmão caçula, Everton Douglas, de 17 anos,
como testemunhas. Ana Lúcia ameaçou abandonar o júri caso Ana Cristina Pimentel
fosse ouvida.
"Não
concordo que essa testemunha seja ouvida. Eu quero dispensá-la”, disse Ana
Lúcia, sem apresentar motivo. A juíza ponderou ser necessária a concordância da
acusação. A promotora do caso, Daniela Hashimoto, discordou. Em seguida, a
advogada de Lindemberg ameaçou. "Eu vou abandonar o júri. Eu vou embora”,
disse, elevando o tom de voz.
A acusação
acabou aceitando a dispensa de Ana Cristina. O Ministério Público, entretanto,
não concordou com a dispensa de Everton Douglas, que foi ouvido como testemunha
do juízo.
Mãe
de Eloá
Em entrevista aos jornalistas, a mãe de Eloá Pimentel disse no início desta tarde que não viu arrependimento algum nos olhos de Lindemberg Alves, acusado de matar sua filha em outubro de 2008. “Não vi arrependimento nenhum”, disse Ana Cristina.
Em entrevista aos jornalistas, a mãe de Eloá Pimentel disse no início desta tarde que não viu arrependimento algum nos olhos de Lindemberg Alves, acusado de matar sua filha em outubro de 2008. “Não vi arrependimento nenhum”, disse Ana Cristina.
O réu
balbuciou algo para Ana Cristina assim que ela entrou na sala do Tribunal do
Júri nesta manhã. “O que eu entendi foi que eu não falasse mal dele”, disse a
mãe de Eloá quando perguntada sobre o que ele tentou dizer. Quem estava na
plateia, entretanto, entendeu que ele estivesse pedindo perdão.
Por volta
das 12h30, a juíza Milena Dias suspendeu os trabalhos do Tribunal do Júri para
o intervalo de almoço. A advogada de Lindemberg tentou sair do fórum para
almoçar, mas voltou após um princípio de tumulto. Ela requisitou escolta, e
saiu do fórum pela parte de trás do prédio, em um carro da Polícia Militar.
'Monstro'
No início deste segundo dia de julgamento do caso Eloá, o irmão da vítima Ronickson Pimentel dos Santos definiu Lindemberg Alves como "louco", "vingativo" e "extremamente agressivo". Nas palavras de Ronickson, o réu é um "monstro". Ronickson foi o primeiro a ser interrogado nesta manhã, segundo dia de julgamento.
No início deste segundo dia de julgamento do caso Eloá, o irmão da vítima Ronickson Pimentel dos Santos definiu Lindemberg Alves como "louco", "vingativo" e "extremamente agressivo". Nas palavras de Ronickson, o réu é um "monstro". Ronickson foi o primeiro a ser interrogado nesta manhã, segundo dia de julgamento.
Os
trabalhos do Tribunal do Júri foram retomados por volta das 9h30 neste segundo
dia. Lindemberg passou a noite no Centro de Detenção Provisória (CDP) de
Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo.
O irmão
caçula de Eloá, Everton Douglas, disse em seu depoimento que Lindemberg
ameaçava matar todos caso a polícia invadisse o apartamento onde o crime
ocorreu. “O Lindemberg falou que se relassem na porta e tentassem entrar ele
atirava em todo mundo”, disse o adolescente de 15 anos. O adolescente também
definiu o réu como alguém agressivo. Everton foi quem apresentou Eloá ao réu.
“Infelizmente apresentei Lindemberg a Eloá”, disse.
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