Fonte:
AFP
O
Vaticano está vivendo sua própria versão de escândalo WikiLeaks, que atingiu em
cheio a diplomacia dos Estados Unidos, afirmou o porta-voz Federico Lombardi,
frente a recentes vazamentos na imprensa italiana.
Vários
jornais publicaram cartas de um delator denunciando casos de corrupção no
Vaticano, assim como acusando o banco do Vaticano de falhar na implantação de
leis contra lavagem de dinheiro.
Na
semana passada, uma carta confidencial de um cardeal confessando ter
conhecimento de um plano de assassinato do Papa nos próximos 12 meses foi
divulgada e ridicularizada pelo Vaticano.
"Precisamos
de calma, sangue frio e razão", afirmou o padre Lombardi em uma longa
declaração publicada no site da Rádio do Vaticano na segunda-feira à noite.
O
governo do presidente americano Barack Obama "teve o Wikileaks, o Vaticano
está tendo seus próprios vazamentos", afirmou.
Observadores
disseram que os vazamentos são evidências de uma luta interna pelo poder no
Vaticano, particularmente contra o Secretário de Estado, Tarcisio Bertone.
"Esses
vazamentos têm a intenção de espalhar confusão e manchar a imagem do Vaticano,
do governo da Igreja e da própria Igreja", comentou Lombardi.
O
porta-voz frisou que o Papa Bento XVI está comprometido com o avanço da
administração das finanças do Vaticano e assegurou que o banco do Vaticano está
alinhado às regras internacionais contra lavagem de dinheiro.
"Estão
dizendo que documentos internos estão sendo transmitidos externamente de
maneira desonesta", declarou Lombardi.
"Alguns
desses documentos recentemente distribuídos tendem a diminuir a credibilidade
em relação ao compromisso da Igreja em aumentar a transparência",
acrescentou.
Perguntado
posteriormente, nesta terça-feira, sobre rumores persistentes de que o Papa
poderia renunciar, advertiu: "Se essa questão já foi alguma vez abordada
seriamente, discutiremos. Por ora, não é nada sério e, portanto, não há o que
dizer".
Bento
XVI mencionou a possibilidade de renunciar em um livro de entrevistas do
jornalista alemão Peter Seewald intitulado "Luz do Mundo", em que
afirmou que iria parar se não pudesse mais cumprir com suas obrigações.
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