Do O Globo
A União ainda não contabilizou o total do prejuízo causado pelos repasses irregulares às ONGs.O pente-fino analisou todos os acordos vigentes e com parcelas a liberar. Até agora, os 181 convênios já cancelados somavam R$ 112 milhões, sendo que outros 305 convênios com os repasses congelados - e que poderão ser suspensos - alcançam R$ 755 milhões.
Até agora, somente três ministérios tabularam os prejuízos, que deverão ser objeto de investigação do Tribunal de Contas da União (TCU), e identificaram o nome das entidades que ficarão impedidas de receber dinheiro público. Dezenas de convênios cancelados ainda não haviam recebido nenhuma parcela.
imagem: viagembrasil.tur.br |
BRASÍLIA
- O governo federal encontrou irregularidades ou simplesmente deixou de
executar convênios assinados com organizações não governamentais (ONGs) que
somam R$ 867 milhões.
Esse montante representa o total de contratos cancelados
ou com restrições, provocados por irregularidades. O prazo de avaliação foi
estendido até o próximo dia 27, de acordo com circular encaminhada nesta
quarta-feira à Esplanada dos Ministérios pela Controladoria Geral da União
(CGU).
A União ainda não contabilizou o total do prejuízo causado pelos repasses irregulares às ONGs.O pente-fino analisou todos os acordos vigentes e com parcelas a liberar. Até agora, os 181 convênios já cancelados somavam R$ 112 milhões, sendo que outros 305 convênios com os repasses congelados - e que poderão ser suspensos - alcançam R$ 755 milhões.
Até agora, somente três ministérios tabularam os prejuízos, que deverão ser objeto de investigação do Tribunal de Contas da União (TCU), e identificaram o nome das entidades que ficarão impedidas de receber dinheiro público. Dezenas de convênios cancelados ainda não haviam recebido nenhuma parcela.
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Não temos ainda um levantamento oficial de valores, pois os valores que
interessam serão das irregularidades, a serem apuradas através das Tomadas de
Contas Especiais (TCEs) que os ministérios deverão instaurar, acompanhadas da
Declaração de Impedimento das ONGs, cujos nomes e CNPJs serão, então,
publicados no cadastro próprio a ser criado no Portal da Transparência -
afirmou ao GLOBO o controlador-geral da União, Jorge Hage.
Na
lista de 1.403 convênios analisados pelos ministérios, o maior volume de irregularidades
ocorreu na Cultura, onde 69 (65,7%) de 105 convênios com repasses já efetuados
apresentaram algum tipo de problema que poderá resultar em rompimento
unilateral do contrato. Houve também outros 9 convênios cancelados.
No
caso do Ministério das Cidades, de 70 convênios escrutinados, 53 têm
restrições. Entre os ministérios que cancelaram convênios, o MEC aparece em
primeiro lugar, com 50, seguido de Ciência e Tecnologia (MCT) e Desenvolvimento
Agrário, que cancelaram 29 convênios, cada.
De
acordo com o MCT, os convênios cancelados somaram R$ 14,5 milhões, sendo que
apenas um recebeu a primeira parcela, sobre a qual será aberta uma
investigação. O Ministério do Desenvolvimento Agrário informou, por meio da
assessoria, que desembolsou R$ 1,2 milhão para pagar convênios suspeitos de
irregularidades, além de R$ 7,2 milhões para pagar convênios cancelados, sem
desembolso.
- Os
convênios cancelados são, em sua maioria, convênios sequer iniciados, e,
portanto, ainda sem nenhum repasse de recursos. Não creio que estes resultem em
tomadas de contas, nem em impedimento. Isso deve ocorrer, sim, com a maioria do
outro grupo, com restrição - explicou Hage.
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