Do O Globo
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SÃO PAULO - A USP é a universidade que
mais forma doutores no mundo. A constatação é do Ranking Acadêmico de
Universidades Mundiais (ARWU, em inglês) por indicadores, elaborado pelo Centro
de Universidades de Classe Mundial (CWCU), do Instituto de Educação Superior da
Universidade Jiao Tong, em Xangai, na China.
A universidade paulista ficou em
primeiro lugar entre 682 instituições globais, ficando a frente da Universidade
de Harvard e da Universidade de Cambridge. Em segundo lugar ficou a Universidade
da Jordânia e em terceiro a Universidade de Tóquio.
Na avaliação de Vahan Agopyan,
pró-reitor de Pós-Graduação da USP, a liderança mundial na formação de
doutores, apontada pelo levantamento global, deve-se à tradição da
pós-graduação da USP no Brasil.
Em 1965, quando foram definidas as
novas diretrizes da pós-graduação no país, baseadas no trabalho de Newton
Sucupira (1920-2007) – responsável pela criação do Conselho Federal de
Educação, atualmente Conselho Nacional de Educação – a USP já possuía um número
muito expressivo de docentes com doutorado, e se destacou como a universidade
que viria a suprir a demanda do país por mestres e doutores.
- Nas décadas de 1970 e 1980,
praticamente metade dos doutorados no Brasil eram realizados na USP, e hoje
mais de 20% dos pós-graduandos no país também obtém o título de doutor aqui.
Isso permitiu que a universidade se tornasse um grande centro mundial de
pós-graduação, agora confirmado por esse ranking internacional - disse
Agopyan em entrevista à Agência Fapesp (Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado de
São Paulo).
Nos últimos dez anos tem diminuído o
número de mestrandos e de doutorandos na USP. Em 2011, pela primeira vez o
número de doutorandos na universidade, que celebrou em agosto a concessão de
100 mil títulos de pós-graduação, foi maior que o de mestrandos.
- É um reflexo do aumento no número de
programas de mestrado oferecidos em todo o país. Em função disso, os
pós-graduandos estão preferindo realizar mestrado em sua própria região e
procuram a USP para fazer doutorado ou alguma outra atividade mais especial -
avaliou Agopyan.
Por outro lado, o número de estudantes
de pós-graduação da USP tem se mantido estável nos últimos anos. Atualmente, a
universidade conta com cerca de 23 mil alunos de pós-graduação stricto-sensu
e titulou 2.192 doutores e 3.376 mestres em 2011 – números que oscilaram pouco
nos últimos 15 anos.
- Nós já somos grandes e estamos
trabalhando no máximo da nossa capacidade há vários anos. Cada um dos nossos
docentes tem, em média, mais de cinco orientandos, que é um número elevadíssimo
- afirmou Agopyan.
Segundo o pró-reitor, esse fenômeno
também é comum às principais universidades no mundo, como as norte-americanas,
europeias e chinesas listadas no ranking, cujo número de pós-graduandos
também está bastante estável e seus programas de pós-graduação operam no limite
de suas capacidades. Agora, o desafio, diz Agopyan, é não ser apenas a maior,
mas também a melhor em formação de doutores no mundo.
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