Da Agência Brasil
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imagem: amambainoticias.com.br |
BRASÍLIA -
Pesquisadores da equipe do cientista Antonio Donato Nobre, professor visitante
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pesquisador titular do
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), desenvolveram um modelo
matemático que ajuda a prever a ocorrência de enchentes e o percurso que tomará
o rio em caso de enxurradas.
"Conseguimos
encontrar uma relação matemática que descreve uma propriedade física da
paisagem, da topografia, que liga com a hidrologia", disse Nobre, ao falar sobre
o modelo matemático Hand (sigla em inglês para altura acima da drenagem mais
próxima da topografia).
O método, chamado de Paisagem Inteligente, permite o entendimento da dinâmica da água do rio em caso de enchente. Com o processamento matemático, os computadores, que dispõem de imagens do revelo captadas por ônibus espacial, desenham maquetes digitais e, assim, permitem a visualização nas zonas próximas dos percursos da água, que podem ser afetadas com uma eventual enchente.
Segundo o cientista, essas zonas são as que têm possibilidade de cheia, as mais sujeitas a inundações. "É esse o mapa que nós oferecemos", resume Nobre.
O método, chamado de Paisagem Inteligente, permite o entendimento da dinâmica da água do rio em caso de enchente. Com o processamento matemático, os computadores, que dispõem de imagens do revelo captadas por ônibus espacial, desenham maquetes digitais e, assim, permitem a visualização nas zonas próximas dos percursos da água, que podem ser afetadas com uma eventual enchente.
Segundo o cientista, essas zonas são as que têm possibilidade de cheia, as mais sujeitas a inundações. "É esse o mapa que nós oferecemos", resume Nobre.
Se a
informação da maquete digital for comparada com imagens da efetiva ocupação dos
terrenos (disponível no Google Earth), é possível saber quais ruas,
residências, prédios comerciais e equipamentos públicos podem ser tomados pelo
rio, em caso de cheia. "A descoberta facilita visualizarmos a espacialização
dos riscos", destaca o pesquisador.
As imagens
das áreas vulneráveis, a previsão do comportamento do rio cheio, os dados sobre
o volume de chuva e as condições de absorção do solo, junto com a previsão
meteorológica, permitem que a Defesa Civil trabalhe antecipadamente e evite que
desastres naturais provoquem mais mortes e acidentes. O sistema pode ser
refinado conforme a resolução das imagens disponíveis e com o fornecimento de
informações sobre o funcionamento das galerias pluviais nas cidades e o
desmatamento em áreas de encosta.
Nobre
disse à Agência Brasil que já foram produzidas maquetes digitais de todas as
bacias da América do Sul e que já ocorre aplicações do método na Europa. O
modelo matemático criado pelo cientista e equipe foi tema de três artigos
publicados em revistas científicas internacionais, como o Journal of Hydrology,
produzido em Amsterdam (Holanda), e disponível em inglês no site da revista.
Além de
prever o comportamento dos rios em enchentes, o método da paisagem inteligente
pode ser útil para a agricultura e o meio ambiente, ao apontar com mais
precisão as áreas que precisam ser efetivamente protegidas e as áreas que podem
ser usadas para a lavoura. "É o jogo do ganha-ganha", afirma Nobre.
Apesar das
possibilidades de uso para agricultura sustentável, na discussão do novo Código
Florestal, os parlamentares não consideraram efetivamente a metodologia - a
proposta voltou à Câmara dos Deputados, após sofrer modificações no Senado.
"Nossa pretensão é esclarecer a sociedade brasileira. Os políticos já estão
esclarecidos", conclui o cientista.
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