Do Portal Angels
imagem: tudook.com |
Tiago era
um simples lavrador que extraia do campo o sustento da família. Muito católico,
tinha o costume de rezar enquanto trabalhava, fazia seguidos jejuns,
penitências e praticava boas obras. Sua esposa chamava-se Viena e, como ele,
era boa, virtuosa e o acompanhava nos preceitos religiosos. Demoraram a ter um
filho, tanto que pediram a são Francisco de Assis pela intercessão da graça de
terem uma criança, cuja vida seria entregue a serviço de Deus, se essa fosse
sua vontade. E foi o que aconteceu: no dia 27 de março de 1416, nasceu um
menino que recebeu o nome de Francisco, em homenagem ao Pobrezinho de Assis.
Aos onze
anos, Francisco foi viver no convento dos franciscanos de Paula, dois anos
depois vestiu o hábito, mas teve de retornar para a família, pois estava com
uma grave enfermidade nos olhos. Junto com seus pais, pediu para que são
Francisco de Assis o ajudasse a ficar curado. Como agradecimento pela graça
concedida, a família seguiu em peregrinação para o santuário de Assis, e depois
a Roma. Nessa viagem, Francisco recebeu a intuição de tornar-se um eremita.
Assim, aos treze anos foi dedicar-se à oração contemplativa e à penitência nas
montanhas da região.
Viveu por
cinco anos alimentando-se de ervas silvestres e água, dormindo no chão, tendo como
travesseiro uma pedra. Foi encontrado por um caçador, que teve seu ferimento
curado ao toque das mãos de Francisco, que o acolheu ao vê-lo ferido.
Depois
disso, começou a receber vários discípulos desejosos de seguir seu exemplo de
vida dedicada a Deus. Logo Francisco de Paula, como era chamado, estava à
frente de uma grande comunidade religiosa. Fundou, primeiro, um mosteiro e com
isso consolidou uma nova ordem religiosa, a que deu o nome de "Irmãos
Mínimos". As Regras foram elaboradas por ele mesmo. Seu lema era:
"Quaresma perpétua", o que significava a observância do rigor da
penitência, do jejum e da oração contemplativa durante o ano todo, seguida da
caridade aos mais necessitados e a todos que recorressem a eles.
Milhares de
homens decidiram abandonar a vida do mundo e foram para o mosteiro de Francisco
de Paula, por isso teve de fundar muitos outros. A fama de seus dons de cura,
prodígios e profecia chegou ao Vaticano, e o papa Paulo II resolveu mandar um
comissário pessoalmente averiguar se as informações estavam corretas. E elas
estavam, constatou-se que Francisco de Paula era portador de todos esses dons.
Ele previu a tomada de Constantinopla pelos turcos, muitos anos antes que fosse
sequer cogitada, assim como a queda de Otranto e sua reconquista pelos
cristãos.
Diz a
tradição que os poderosos da época tinham receio de suas palavras proféticas,
por isso, sempre que Francisco solicitava ajuda para suas obras de caridade,
era prontamente atendido. Quando não o era, ele dizia que não deviam esquecer
que Jesus dissera que depois da morte eles seriam inquiridos sobre o tipo de
administração que fizeram aqui na terra, e só essa lembrança era o bastante
para receber o que havia pedido para os pobres.
Depois, o
papa Sixto IV mandou que Francisco de Paula fosse à França, pois o rei, Luís
XI, estava muito doente e desejava preparar-se para a morte ao lado do famoso
monge. A conversão do rei foi extraordinária. Antes de morrer, restabeleceu a
paz com a Inglaterra e com a Espanha e nomeou Francisco de Paula diretor
espiritual do seu filho, o futuro Carlos VIII, rei da França.
Francisco
de Paula teve a felicidade de ver a Ordem dos Irmãos Mínimos aprovada pela
Santa Sé em 1506. Ele morreu aos noventa e um anos de idade, no dia 2 de abril
de 1507, na cidade francesa de Plessis-les-Tours, onde havia fundado outro
mosteiro. A fama de sua santidade só fez aumentar, tanto que doze anos depois,
em 1519, o papa Leão X autorizou o culto de são Francisco de Paula, cuja festa
litúrgica ocorre no dia de sua morte.
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