quarta-feira, 13 de junho de 2012

Quando os engarrafamentos geram lucro



Para os ambulantes da Avenida Sul, quanto mais engarrafamento melhor
Foto: JC Trânsito
 

Se o trânsito engarrafado do Recife e Região Metropolitana requer paciência dos condutores, para os vendedores do “passa-tempo da viagem”, quanto mais o trânsito estiver congestionado melhor.

Mário Lourenço, de 42 anos, deixou a construção civil, onde atuava como pedreiro para ser comerciante nas ruas do Recife há 12 anos. “Eu comecei vendendo pipoca e picolé no Cais de Santa Rita e na Dantas Barreto, mas com a reforma no terminal, ficou mais difícil o acesso às pessoas no Cais”, afirma. Lourenço, que está trabalhando na Avenida Conde da Boa Vista há seis anos, agora vende pipoca, bolo de goma, amendoim, água e refrigerante, além de chicletes e confeitos. Ele calcula que, por dia, tira cerca de R$ 50 de lucro.

Na mesma calçada, encontramos José Benedito dos Santos, 45, que também deixou a profissão de servente de construção para ser vendedor de pipoca há três anos. “Em dias normais eu tenho um lucro de R$ 30, mas quando está engarrafado, esse valor dobra”, conta.

Embora os passageiros de ônibus aprovem essa iniciativa, os motoristas de veículos de passeio afirmam que, para vender, esses ambulantes andam por entre os carros, colocando a vida em risco, além de atrapalhar o trânsito. “Eles passam na frente dos carros, impedem a passagem e terminam por complicar ainda mais o trânsito”, afirma um motorista que preferiu não se identificar e transita todos os dias pela Avenida Sul.

Essa realidade pode ser encontrada em, praticamente, todas as paradas de ônibus do Centro do Recife, além das vias de grande movimentação como Avenida Caxangá, Avenida Sul, Dantas Barreto, Rua Imperial, Avenida Agamenon Magalhães e até mesmo no Viaduto Capitão Temudo.

Angélica Souza Do JC Trânsito

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